As comissões processantes instaladas na Câmara de Santa Cruz decidiram pedir a cassação dos mandatos dos vereadores Elo Schneiders (PSD) e Alceu Crestani (PSD) por quebra de decoro parlamentar. Os relatórios finais das comissões foram concluídos nesta segunda-feira, 25, conforme anunciado há pouco na sessão ordinária virtual pelo presidente Elstor Desbessell (PL). Com isso, os julgamentos finais pelo plenário vão ocorrer ainda nesta semana.
Tanto Crestani quanto Schneiders foram alvo da Operação Feudalismo, do Ministério Público, a mesma que levou à prisão preventiva do ex-vereador Paulo Lersch em junho do ano passado. No caso de Schneiders, duas ex-assessoras da Câmara e um ex-subprefeito indicado por ele confirmaram à Promotoria a existência de um esquema de exigência de salários instalado em seu gabinete. Além disso, ele também responde por supostamente autorizar entregas de materiais e prestação de serviços de forma irregular para agricultores durante o período em que foi secretário municipal de Agricultura, entre janeiro de 2017 e outubro do ano passado.
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Já Crestani também é acusado de “rachadinha”, além de supostamente ter mantido um “assessor fantasma” em seu gabinete. A investigação teve início a partir de uma denúncia de um ex-assessor, que relatou ter repassado metade de seus vencimentos ao vereador durante o período em que trabalhou na Câmara. O MP ajuizou ações contra os dois vereadores. Ambos negam as irregularidades.
O julgamento em plenário é a etapa final dos processos. Se a decisão for pela cassação, eles perderão o mandato automaticamente e em definitivo. As sessões de julgamento de Crestani e Schneiders serão presenciais e vão ocorrer na quarta-feira, 27, e na quinta, 28, respectivamente, ambas a partir das 13h15. São necessários votos de dois terços dos membros da Câmara (ou seja, 12 votos) para que a cassação seja confirmada.
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Procurado, o advogado de Schneiders, Marcos Morsch, disse que a posição da comissão era “altamente esperada”. “As razões finais foram entregues sexta-feira (22) à tarde e hoje (segunda-feira, 25) o parecer foi entregue. A mim parece que já estava pronto, porque nenhum dos argumentos da defesa foi apreciado fundamentadamente.” Morsch disse ainda que a expectativa pelo julgamento final é bom, “mesmo sendo um julgamento político”. “Não posso crer que 12 vereadores acolham um parecer que simplesmente reproduz a denúncia.”
Também procurada, a defesa de Crestani informou que só irá se manifestar no julgamento dos autos dos processos judiciais.
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