A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, nesta terça-feira, 12, por unanimidade, o relatório que pediu a cassação do deputado Arthur do Val, também conhecido como Mamãe Falei, do partido União Brasil. Para a perda de mandato ocorrer, o relatório ainda precisará ser aprovado no plenário da Alesp pela maioria dos parlamentares da casa. Se for cassado, o deputado perderá o mandato e passará a ser inelegível por oito anos.
O relator do caso na Comissão de Ética, o deputado Delegado Olim (Progressistas), destacou a quebra de decoro de Arhur do Val em áudios sexistas enviados a um grupo virtual, que posteriormente se tornaram públicos. “O conteúdo das falas exibe exploração, humilhação e violência moral contra as mulheres ucranianas em situação de vulnerabilidade. O representado, no bojo desses áudios, fez apologia ao turismo sexual”, ressaltou o relator.
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O deputado Arthur do Val foi à fronteira entre a Eslováquia e a Ucrânia, país em situação de guerra, para, segundo ele, ajudar os ucranianos contra a Rússia. O deputado enviou áudios a amigos, divulgados posteriormente pela imprensa, em que elogia a beleza das refugiadas ucranianas e diz que as mulheres de lá são “fáceis” por serem pobres. “Assim que essa guerra passar eu vou voltar pra cá. E detalhe, elas olham. E são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de minas e é inacreditável a facilidade”, disse ele em um trecho do áudio enviado em um grupo privado no WhatsApp.
Na chegada ao Brasil, o deputado deu entrevistas confirmando ser o autor dos áudios e retirou a pré-candidatura ao governo de São Paulo. Ele afirmou ter cometido “um erro em um momento de empolgação”.
Na sessão da Comissão de Ética, Arthur do Val reconheceu que errou e pediu desculpas. “Eu errei. Ponto final. Houve erro. Eu quero pedir desculpas aqui principalmente às mulheres ucranianas que estão aqui e às pessoas que verdadeiramente se ofenderam com meus áudios. Eu devo essas desculpas”, disse. Arthur afirmou ainda que a cassação está ocorrendo em razão das virtudes, não dos erros, e porque todos o odeiam na Alesp. “A verdade é que todos aqui me odeiam, é verdade isso, eu não nego isso, eu falo isso sempre”, disse. “Esse processo de cassação não é pelo que eu disse, é por quem disse”, acrescentou. O deputado afirmou que não é bem quisto na Alesp porque, segundo ele, atuou pelo corte de auxílios e verbas que seriam destinadas aos demais deputados e funcionários.
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