O Comércio de Santa Cruz do Sul começa a sentir os impactos do coronavírus. O aumento de casos em todo o país e de alguns suspeitos na região já afeta a circulação de clientes. Enquanto a demanda em farmácias e supermercados só aumenta, há queda em bares, restaurantes e em especial em lojas de alguns segmentos.
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O presidente do Sindilojas do Vale do Rio Pardo, Mauro Spode, comentou que as vendas, que já estavam em queda desde fevereiro, em razão da estiagem, agora tendem a diminuir ainda mais. “Em fevereiro tivemos redução de 10%. As vendas de março nos preocupam muito. No entanto, orientamos nossos lojistas a seguirem as recomendações e manterem o comércio aberto.”
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Spode ressaltou que o comércio já estuda medidas para reduzir o impacto nas vendas. “A ideia é estender as promoções e pensar em um modo de trazer o consumidor para perto. Afinal, o leque de opções e produtos da concorrência é muito variado.”
Entre as possibilidades, ele não descarta, em caso de agravamento da situação, a opção de telentrega de produtos. “Ainda não está vedada esta opção, mas é uma coisa diferente que temos que pensar caso a situação piore.”
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O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Márcio Martins, afirma que embora o número de clientes tenha reduzido, ainda não há uma estimativa de quanto poderá impactar nas vendas de março.
“Já começamos a sentir uma regressão nos negócios que tende a aumentar durante os próximos meses. O número de pessoas que circulam pela área central diminuiu muito desde segunda-feira, e agora, com as aulas suspensas, as pessoas devem ficar em casa. Não vão sair somente para olhar uma vitrine ou comprar um produto que não seja extremamente necessário.”
Martins ressaltou que a ideia é que o comércio se mantenha aberto. “As lojas não devem fechar. Obviamente, com o andar da carruagem, se necessário for e as autoridades entenderem que o comércio também deve fechar, cabe a nós acatar a decisão. Sabemos que empresas de grande porte já pensam em férias coletivas, mas este não é o caso de pequenos e médios empreendimentos no momento. Nossa orientação é de que a vida segue normalmente. Claro, com cautela.”
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Martins também argumentou que a orientação é para que todos os empresários sigam as medidas para evitar a proliferação do vírus. “Cada empresa deverá analisar sua demanda e evitar o contato físico. A maior preocupação é com as pessoas que trabalham nos caixas dos estabelecimentos. O álcool gel é indispensável.”
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Sinditabaco
Por meio da assessoria de comunicação, o Sinditabaco emitiu nota sobre a questão do Covid-19. “As empresas estão tomando todas as medidas recomendadas pelos órgãos competentes e estão acompanhando a evolução dos fatos”, disse o presidente Iro Schünke. Sobre a possível paralisação de linhas de produção, a entidade esclareceu que são questões isoladas das empresas e que cada uma responde individualmente.
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Philip Morris
A Philip Morris Brasil divulgou no site da empresa que está atenta ao crescimento dos casos confirmados do Covid-19 no Brasil e que medidas estão sendo tomadas para controlar e minimizar a situação. Desde o início da semana, eventos e reuniões passaram a ser realizados virtualmente. A empresa também recomendou o trabalho remoto (home office) aos colaboradores e terceiros das áreas administrativas dos escritórios de São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, da fábrica de Santa Cruz do Sul e regionais de vendas. As viagens nacionais devem ser avaliadas pelos gestores, e de preferência, que sejam mantidos contatos de forma virtual, quando possível.
Dispensas
Na manhã dessa terça-feira, 17, em entrevista à Rádio Gazeta, o presidente do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul, Afonso Schwengber, afirmou que os empresários deveriam dispensar funcionários que não têm onde deixar os filhos, em razão do fechamento das escolas. Para Mauro Spode, a decisão cabe a cada lojista. “Embora a situação seja preocupante, cada lojista deverá tomar a decisão que julgar necessária”, afirmou.
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Indústrias
Embora o coronavírus esteja em fase inicial no Brasil, as atividades na indústria estão sendo repensadas. O fechamento das fronteiras de muitos países da América do Sul fez com que as negociações que estavam em andamento fossem suspensas.
O vice-presidente local da Federação das Indústrias do do Rio Grande do Sul (Fiergs), Flávio Haas, comentou que os impactos na indústria são gradativos. “O comércio internacional, assim como o mercado interno, está parado. Algumas negociações que estavam em andamento foram suspensas. No mercado interno ainda existe demanda, mas muitas empresas não estão recebendo mais os vendedores. Estamos vivendo em um mundo virtual”, disse.
Em tom de preocupação, Haas, que também é diretor administrativo-financeiro da Xalingo Brinquedos, afirmou que expectativa em relação aos próximos 30 dias é muito grande. “Ainda não sabemos qual o verdadeiro impacto de toda esta situação na economia, se teremos que parar ou diminuir a produção e se as vendas vão congelar por determinado período. Tudo é incerto”, disse.
Corrida Feminina
Indo ao encontro de todas as determinações, preservando os atletas e obedecendo aos protocolos de segurança neste período indefinido de prevenção contra o Covid-19, os Eventos Esportivos da Gazeta Grupo de Comunicações decidiu cancelar a Corrida Feminina Noturna da #Ame Juju, que estava marcada para o próximo dia 27, uma sexta-feira à noite. A nova data será informada assim que forem divulgadas novas orientações. As inscrições e pagamentos realizados continuam válidos.