A reabertura do comércio de Santa Cruz do Sul a partir desta segunda-feira, 20, levanta diversas dúvidas sobre como será seu funcionamento. Um grupo de trabalho formado por representantes da Procuradoria-Geral do Município, Secretaria Municipal de Saúde, Sindilojas, Associação das Entidades Empresariais (Assemp) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) realizou ao longo da sexta-feira diversas reuniões por videoconferência para tratar do assunto. No entanto, o regramento oficial sairá somente no domingo, 19.
O presidente do Sindilojas, Mauro Spode, ressaltou que a decisão tem respaldo técnico e científico e terá como base o decreto do governo do Estado publicado nessa quinta-feira. “Ele não deve fugir muito do decreto estadual. Será a nossa base. Claro que vamos analisar cada caso e adaptá-lo de acordo com a realidade do município”, disse. Conforme Spode, as medidas de segurança e higienização deverão ser seguidas à risca, não somente por lojistas e funcionários, mas também pelos clientes. “Acredito que mais importante do que reabrir o comércio agora é mantê-lo aberto depois. Mas isso depende da atitude de todos.”
Sem entrar em detalhes sobre o novo decreto, ele adiantou algumas possibilidades que estão em análise. “Acredito que haverá um controle na porta dos estabelecimentos para evitar aglomerações. Os cuidados de higiene, como o uso de álcool em gel e máscara dentro dos estabelecimentos, são medidas que já estão definidas. Resta saber se a obrigatoriedade das máscaras será apenas para os lojistas e funcionários ou para todos.”
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Spode sinalizou que a redução do número de funcionários no atendimento, em forma de revezamento, não está descartada. No entanto, isso ficará a critério de cada empresário. Sobre a utilização de provadores e a liberação para prova de roupas, calçados e acessórios, disse que ainda não há definição. No entanto, no decreto do governo do Estado, a proibição é um dos requisitos.
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Dúvidas devem ser repassadas para a CDL
Diante das muitas dúvidas com relação ao decreto a ser elaborado pela Prefeitura sobre a flexibilização, a CDL, por intermédio de suas redes sociais – Facebook e Instagram –, se propôs a receber os questionamentos e repassá-los ao Município, que fará a montagem do novo decreto com base na portaria da Secretaria Estadual da Saúde número 270/2020.
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Os questionamentos precisam ser encaminhados até o meio-dia deste sábado, 18. As respostas devem ser contempladas no decreto municipal e na portaria que serão anunciados pelo prefeito Telmo Kirst até o fim da tarde de domingo.
Uma pesquisa a respeito dos impactos da Covid-19, lançada pela entidade para mais de 400 associados nessa sexta-feira, apontou que os prejuízos até agora foram significativos para metade dos lojistas. O levantamento permanece disponível até quarta-feira nas plataformas digitais da CDL.
Dados parciais da pesquisa
70% dos lojistas tiveram algum tipo de impacto em função da pandemia.
55% tiveram redução de mais de 50% no faturamento.
52% não demitiram funcionários ainda, enquanto 39% já demitiram um funcionário.
Outros 9% demitiram um ou mais colaboradores.
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Dullius investe na troca da nova coleção
A equipe da Loja Dullius trabalhou ao longo dos últimos dias na higienização e nos preparativos para voltar ao serviço. Na tarde dessa sexta, 17, além da reorganização dos espaços, houve a troca da nova coleção outono/inverno. Para a gerente da loja, Carina da Silva, esse será o atrativo para impulsionar as vendas. “Nossa expectativa é positiva. Mesmo com a loja fechada, fizemos muitas vendas pelas redes sociais e muitos clientes nos procuram para saber das novidades.”
Assim como os demais lojistas, Carina está ciente de que deverá seguir as regras da flexibilização. “Já adquirimos álcool em gel, máscaras e produtos específicos para a limpeza da loja. As roupas, que sempre foram passadas a ferro a vapor antes de serem expostas, continuarão a ser passadas. Vamos seguir todas as normas estipuladas para garantir a segurança dos nossos funcionários e dos clientes.”
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Em caso de proibição do uso do provador, ela disse que o estabelecimento planeja a venda do tipo condicional, mas o sistema será apenas para clientes cadastrados. A eventual troca de mercadoria deverá ser agendada.
Promoção
Embora o cenário do comércio seja semelhante para a maioria dos lojistas, a gerente da Iria Calçados, Cláudia Cristina Soder Kaercher, se mantém otimista. “Acredito na retomada dos negócios. Estamos com uma nova coleção de calçados e botas. Temos ainda uma promoção de 35% de desconto nas botas selecionadas, com pagamento em até seis vezes.” A loja também fez a higienização em todos os departamentos e dos produtos. Medidas de segurança como distanciamento e higiene com uso de álcool em gel e de luvas estão asseguradas.
Sindilojas quer volta da normalidade após queda nas vendas
O presidente do Sindilojas, Mauro Spode, manifestou preocupação e ressaltou a importância de o comércio voltar à normalidade. Conforme ele, as vendas nas últimas semanas atingiram apenas 20% em relação ao movimento no mesmo período do ano passado. “É um índice muito baixo. Tivemos uma pequena aquecida em função das vendas de Páscoa, caso contrário seria muito pior. Isso explica a pressão dos lojistas pela reabertura do comércio.”
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Spode afirmou que o movimento das vendas, que já estava muito aquém do esperado em razão da estiagem no Estado, agravou-se significativamente com a pandemia e o fechamento das lojas. Para reverter o quadro, ponderou que as estratégias já colocadas em prática devem ser mantidas, como as vendas online e as promoções. “As vendas online são uma tendência. Essa deverá ser a saída temporária. Mas o fundamental é ter cautela e evitar aglomerações.”
Comércio x Escolas
O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul, Ricardo Fernando Bartz, destacou que os lojistas estão cientes das possíveis determinações para a flexibilização. “É imprescindível que neste momento seja feita uma limpeza geral nos estabelecimentos e os produtos de alguma forma sejam higienizados. As medidas de higienização, assim como de segurança, devem ser seguidas.” Questionado sobre a reabertura do comércio e o fato de as escolas continuarem fechadas, Bartz esclareceu que essa é uma questão que não está sendo discutida no novo decreto. “Essa é uma situação pontual que entendemos que deve ser negociada entre empregador e empregado.”
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