A comercialização de tabaco no Vale do Rio Pardo chegou a 47% do volume total previsto, acima do registrado no mesmo período do ano passado, quando o percentual era de 32%. Ao considerar os três estados da Região Sul, o total comercializado da safra é de 39%. Em 2020, no mesmo período, o índice era de 31%.

De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o início da pandemia provocou um atraso na comercialização, no ano passado. Empresas fecharam e acabaram não comprando a produção na época de costume. Neste ano, com a adequação aos protocolos, as negociações ocorrem de forma mais próxima do normal.

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A Afubra aponta que a qualidade está dentro do padrão. Alguns agricultores sofreram com a estiagem ou pulgas no tabaco, mas esse índice é baixo em relação ao total produzido. Quem antecipou o plantio escapou do sol forte entre dezembro e janeiro. Com isso, garantiram bom rendimento nas classes X a T. A antecipação no plantio, segundo a entidade, foi observada até mesmo nas regiões onde é tradicional transplantar as mudas para as lavouras mais tarde.

Com relação aos preços, a Afubra avalia que o valor não é satisfatório na variedade Virgínia. Contudo, o preço melhorou na variedade Burley. Uma das pautas constantes dos produtores é a melhora nos critérios de classificação pelas indústrias.

A produção estimada na safra 2020/2021 nos três estados do Sul é de 606.952 toneladas. O Rio Grande do Sul contribui com 263.971 toneladas, Santa Catarina com 185.187 toneladas e o Paraná com menor quantidade: 157.794 toneladas.

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A Afubra orienta os produtores a evitarem o aumento de áreas plantadas. Segundo a entidade, a procura das empresas por produtores dispensados na safra 2020/2021 poderá promover um desequilíbrio entre oferta e demanda para o ciclo 2021/2022. A variedade Burley chegou a um preço satisfatório principalmente pelo equilíbrio atingido neste ano, entre oferta e demanda, diferentemente do que foi verificado na variedade Virgínia.

Contratações
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo), Gualter Baptista Júnior, explicou que as contratações neste ano estão abaixo do esperado. Se em 2020, 5 mil pessoas haviam sido chamadas pelas indústrias em abril, o volume atual aponta para 3 mil colaboradores vinculados. “A defasagem é grande. A pandemia afetou bastante. Vamos aguardar para saber se as indústrias poderão operar com maior capacidade, o que vai interferir nas contratações.”

Como ainda há tabaco a ser processado, novas vagas ainda devem ser criadas, mas abaixo da expectativa inicial. O clima atrasou a preparação do produto a ser enviado às indústrias e as restrições dificultaram a operação normal nas empresas. Com isso, a conjunção de fatores retardou o processo. Em maio, Gualter assume a presidência do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa).

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