Um pseudofruto avermelhado, de porte pequeno, está se tornando uma boa fonte de renda para alguns produtores da região. De acordo com o chefe do Escritório Municipal da Emater-RS/Ascar e extensionista rural, Rotiére Guarienti, o município de Sobradinho conta, atualmente, com três produtores assistidos pela entidade, os quais produzem o morangos e comercializam dentro do município e região. Dentre os vários tipos de manejo e formas de se cultivar o morangueiro, no município dois são utilizados: o cultivo diretamente no solo, feito em canteiros; e o suspenso, que é feito em estaleiros.
Segundo o produtor do sistema de plantio direto no solo, Jedaías Nilton Kluge, de 23 anos, que trabalha nessa cultura desde 2015 junto ao pai Nilvo Marcildo Kluge, na propriedade localizada na antiga estrada Sobradinho-Candelária, plantam as variedades de morango Albion e Camarose. “A gente trabalha apenas com essas duas agora, antes tínhamos mais, mas essas duas foram as que melhor se adaptaram ao local e também são as que mais produzem”, explica Jedaías. O jovem ainda ressalta sobre o plantio e a colheita do morango. “A primeira coisa que a gente faz é a preparação da terra, colocando adubação verde, deixada geralmente por um ano descansando para depois fazer o canteiro, conseguindo assim um conteúdo vegetal na terra. Após se coloca os canos de irrigação e se inicia o plantio, que geralmente começa no mês de maio, sendo colhido no final do mês de julho”, acrescenta.
Jedaías ressalta que na propriedade são cultivados cerca de 15 mil pés de morangueiro, de modo que uma safra pode render de 3 mil a 4 mil quilos, que são vendidos apenas dentro da região Centro Serra. O produtor tem uma projeção favorável quanto as vendas da atual safra. “As vendas já estão sendo boas, mesmo que o clima das últimas semanas tenha sido bastante chuvoso, mas a princípio, será muito boa em comparação ao ano passado”, conclui.
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Além do plantio direto no solo, o município também conta com o plantio suspenso, o qual é realizado na propriedade do produtor Natalino Wiedenhoft, de 62 anos, morador da localidade de Campo da Aviação. Segundo ele, a família começou a trabalhar na cultura há aproximadamente seis anos. “Antes eu plantava um pouco no chão, então comecei fazendo mudas. Vinha aquelas matrizes de Minas, então eu plantava, ela se esparramava e eu vendia a muda pronta”. O produtor, que planta morangos da variedade Albion, conta como é feito o processo na propriedade. “A muda é importada, chegando aqui geralmente no mês de junho. Como temos duas estufas, trocamos em um ano as mudas de uma estufa e no ano seguinte da outra, produzindo, assim, durante o ano inteiro”. Wiedenhoft destaca também que o forte da muda para a qual começaram a colheita em setembro é o mês de outubro, se estendendo até maio do ano seguinte.
Natalino salienta que, na propriedade, são cultivados cerca de 5 mil pés de morango, sendo que na última safra foram comercializados em torno de 4 mil quilos, apenas dentro da região Centro Serra. O produtor destaca que a projeção de vendas da atual safra é boa. “A safra está se mostrando boa, pois no ano em que se troca a muda dá uma renda muito boa, já a segunda é um pouco mais fraca, porém se recupera, pois já vem com as despesas pagas”, pontua o produtor.
Além da cultura do morango ser algo bem comum nas hortas de propriedades rurais ou até mesmo em algumas sacadas de apartamentos nas cidades, mesmo que em pequenas quantidades, deve-se ter cuidado com este pequeno cultivar. O chefe do escritório municipal da Emater-RS/Ascar, Rotiére Guarienti, destaca que “o principal fator ligado à produção e ao sucesso do produtor de morango é o cuidado que ele tem, desde a escolha da muda, o local, que deve ter uma boa ventilação e ser úmido e, principalmente, o sol, o qual auxilia muito no desenvolvimento da planta”. O extensionista também coloca a Emater à disposição da população que necessite de auxílio neste sentido.
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O morango é considerado, por muitos, um “fruto”, porém, botanicamente, esta classificação está equivocada. Morangos são, na verdade, pseudofrutos. De acordo com o extensionista Rotiére, essa classificação se dá por conta de que a parte que é consumida do morango não se desenvolve a partir do ovário da planta, como fazem as frutas, mas sim de um tecido de outras partes florais. Maçã, abacaxi e caju são outros exemplos de “frutas que não são frutas”.
Os frutos verdadeiros do morangueiro são chamados de aquênios, que são frutos secos que contém uma única semente e são aqueles pontinhos amarelos ou pretos que se localizam do lado de fora dos morangos. Então, sim, o morango possui vários “frutinhos” em uma única fruta.
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