Como os cristãos estão começando mais uma Semana Santa, que culmina com as celebrações da Páscoa no próximo domingo, vamos lembrar de como era este período nas décadas passadas. Os preparativos começavam na Quarta-feira de Cinzas (início da Quaresma) e se estendiam por 40 dias.
A culminância da Quaresma dava-se na Sexta-feira Santa, um dia de silêncio, recolhimento e jejum. As rádios que abriam não tinham comerciais e rodavam só músicas clássicas. Às 15 horas, ocorria a celebração da morte de Jesus e, à noite, a procissão com o andor de Cristo pelas ruas do Centro.
Para a criançada, a Semana tinha uma motivação especial: o domingo de Páscoa. Na madrugada, o “misterioso” Coelhinho entrava nas casas, enquanto todos dormiam, e enchia os ninhos com ovos, chocolates, balas, doces e outras gostosuras. Pela manhã, todos levantavam cedo para procurálos (ficavam bem escondidos).
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Hoje, a preparação dos ninhos é fácil, pois eles vêm com bombons, coelhos e ovos de chocolate encontrados em qualquer supermercado ou loja de doces. Mas, no passado, os chocolates eram raros e as mães preparavam em casa os principais componentes. Durante toda a semana, elas torravam e descascavam os amendoins que recheavam as cascas de ovos.
Também preparavam doces de amendoim e coco, enrolados com capricho. Ovos de galinha bem cozidos (para durarem mais tempo) eram tingidos com anilina (Eierfarben) vinda da Alemanha. Comprava-se o pozinho colorido nos bazares Kuhn, Rech e Rex.
Não podemos esquecer que Santa Cruz já teve uma das mais importantes fábricas de chocolates do Estado, a Sulina (Hennes & Söhnle), que ficava na Avenida Independência, 133 (hoje Guarda Municipal). Os ovos e coelhos vinham com embalagens especiais, impressos pela Minerva. O desenhista aposentado Harry Genehr guarda uma coleção desses invólucros.
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