A partir desta segunda-feira, 29, abrem-se as portas de mais uma feira do livro em nossa cidade. É um evento cultural por demais significativo para o município e para toda a região, uma vez que põe ao nosso alcance livros, com primazia para a literatura. É tempo de encontro com os melhores poetas, os melhores romancistas, os grandes autores de contos, crônicas e tantos outros gêneros mais que desejamos conhecer. Na verdade, é um encontro com a própria vida.
A maioria das pessoas que dizem não gostar de ler talvez nunca tenham tentado. Ou nunca foram seduzidas. Começar essa aventura pode até ser penoso. Assim como é difícil aderir a exercícios físicos, se não temos esse hábito em nosso programa de vida. Mas, em geral, quando começamos um ou outro, vemos seus benefícios e, mesmo exigindo esforço, aceitamos porque descobrimos o quanto isso é bom para a nossa mente e o nosso corpo. Se nosso corpo vive sem alimento, assim também o nosso espírito demanda ser nutrido.
Num livro muito singelo – Sobre leitura –, Marcel Proust destaca algumas virtudes do livro. Diz, por exemplo, que gostaria de que o livro lhe falasse coisas que, uma vez terminada a leitura, ele pudesse continuar a conhecer e a amar, portanto que ficasse reverberando em sua alma. Afirma igualmente que, sem estímulo exterior, quem não lê não consegue sair dessa situação. Acima de tudo, porém, a sincera decisão deve partir da interioridade. Mais ou menos como parar de fumar ou de beber. Só se consegue isso com uma firme decisão interior. Discursos externos podem ajudar, no entanto quase nunca alcançam o resultado almejado.
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É bem verdadeiro o sentido do tema escolhido para esta edição da feira: Abra livros, abra o mundo. Não importa o ofício, mas para conhecê-lo melhor, aprofundar seu conteúdo e tornar-se um profissional cada vez mais qualificado passa, sem dúvida, pela leitura, pela imersão no conhecimento partilhado por quem divide a mesma área do saber. Se o tempo da escola ou da faculdade terminou, começa a grande jornada de caminhar distante dos mestres condutores, incentivadores, portanto do necessário encontro com a leitura, com os livros.
O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado, já ensinava o imortal Mario Quintana. A leitura move nosso espírito, questiona nossos conceitos, confirma nossas convicções, amplia o conhecimento do mundo. Conversamos silenciosamente com as personagens que passam a habitar nossa caixa de memórias. Quem leu O tempo e o vento, de Erico Verissimo, jamais esquecerá, por exemplo, Rodrigo Cambará e Bibiana, entenderá o sofrimento, a dor e a solidão das mulheres gaúchas que ficavam à espera incerta do retorno dos maridos e filhos peleadores.
Comparecer à feira do livro, nem que seja só para olhar, já demonstra o apoio de que os organizadores e patrocinadores necessitam para manter vivo o movimento. A maioria deles são abnegados colaboradores que desejam muito ver Santa Cruz do Sul se transformar numa invejável cidade leitora.
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Quando tiver dúvida para dar um presente, escolha um livro. Afinal, como dizia Sêneca, filósofo e poeta romano, “dar de presente um livro é, além de uma gentileza, um elogio”.
Vamos à Feira, viva a Feira!
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