Com o alívio pelo fim do período chuvoso na região, um novo problema se apresenta. A água limpa acumulada é ideal para a reprodução do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e vírus zika. Embora o clima quente seja o ideal para a proliferação do Aedes aegypti, o inverno não impede mais que ele se desenvolva.
De acordo com o levantamento de maio, já houve um aumento significativo do número de larvas nos bairros de Santa Cruz do Sul inspecionados – Schulz, Goiás, Senai, Universitário, Bom Jesus e Santa Vitória. Em 2016, a área mais atingida foi o Bairro Schulz, onde foram registrados 20 focos com 39 larvas. Neste ano, o bairro já tem 66 locais com 340 larvas. Os seis bairros analisados totalizam 112 focos e 500 larvas.
“Essa é a grande preocupação: mesmo fora do período mais perigoso, que é o verão, as larvas ainda estão se manifestando. Há estudos que mostram que o mosquito já está se adaptando ao clima da Região Sul, pois teoricamente não deveriam existir larvas neste momento, só ovos”, explicou à Rádio Gazeta o coordenador do Departamento de Ações de Combate ao Mosquito da Dengue da Vigilância Sanitária de Santa Cruz, Leonardo Rodrigues.
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Momento é de reforçar as ações
O combate estava focado na área mais atingida no ano passado mas, segundo Rodrigues, os números surpreenderam, já que o Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes Aegypti (Liraa) realizado em novembro, havia apontado índice zero de criatórios. Leonardo Rodrigues destaca ainda a importância do trabalho dos próprios santa-cruzenses no combate aos focos do mosquito da dengue. “A comunidade é fundamental neste momento. A solução é esta: a população não deixar água acumulada. É um trabalho conjunto.”
O trabalho da equipe de combate às endemias agora é focado na conscientização dos moradores e visita aos locais afetados. Os agentes eliminam criadouros do mosquito para evitar que a incidência se disperse pela cidade, atingindo bairros com mais residências como o Centro. “Estamos monitorando a cidade inteira, mas dando uma atenção especial ao Bairro Schulz e arredores. A gente trabalha com mais precisão, para isolar os focos e impedir que se espalhe”, explica o coordenador.
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