O Republicanos, partido que irá comandar a Câmara de Vereadores de Santa Cruz em 2023, ainda não bateu o martelo sobre quem será o indicado para presidente. O impasse se instalou porque os dois vereadores da legenda têm interesse no cargo. A eleição está prevista para a próxima segunda-feira, após a sessão ordinária.
A sigla tem a preferência no ano que vem em função do acordo firmado após a eleição de 2020 que, inspirado em uma tradição de vários anos da Assembleia Legislativa, prevê um rodízio entre as maiores bancadas na presidência ao longo da legislatura. Foi por meio desse acordo que Ilário Keller (PP) e Rodrigo Rabuske (PTB) foram alçados ao comando da Casa sem disputa.
A indicação para encabeçar a chapa, no entanto, não está pacificada na bancada. Procurados, tanto Bruna Molz quanto Raul Fritsch confirmaram que colocaram os nomes à disposição. “Estamos conversando. É preciso avaliar qual o melhor caminho para o partido”, disse Fritsch. Já Bruna disse esperar que a discussão avance em uma reunião da executiva marcada para esta quinta-feira.
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Na prática, o nome de Bruna já era apontado para ser o indicado quando firmou-se o acordo, uma vez que ela foi a vereadora mais votada em 2020 e com um desempenho muito superior ao de Fritsch – foram 2.235 votos, enquanto ele fez 793. A possibilidade de Fritsch assumir surgiu a partir da candidatura de Bruna a deputada estadual neste ano, já que, caso se elegesse, ela não estaria mais na Câmara no ano que vem. Por outro lado, Bruna já presidiu a Câmara uma vez, em 2019.
De acordo com o presidente do Republicanos, Marcelo Corá, o assunto deve ser tratado na reunião desta quinta-feira, 15, mas é possível que o martelo seja batido apenas “ao longo do fim de semana”. “A única certeza que temos é de que a vaga é do Republicanos, então isso nos dá uma tranquilidade para definir mais perto da data”, disse.
Corá descartou uma votação interna para decidir o indicado e disse que a questão será resolvida “ao natural” e com uma “conversa bem cordial”. “Os vereadores são parceiros”, afirmou. Questionado sobre o que será levado em conta na decisão, o dirigente citou a “votação muito expressiva” de Bruna, mas reconheceu que Fritsch “tem essa vontade”. “São muitas variáveis. Vamos ter que avaliar as perspectivas dos dois vereadores”, comentou.
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Outro aspecto que cerca o debate é a tendência de o Republicanos assumir mais uma secretaria municipal no início do ano, quando a prefeita Helena Hermany (PP) irá fazer uma reforma com foco justamente em ampliar o espaço dos partidos aliados. Com isso, é possível que Bruna ou Fritsch transfiram-se para o governo. Fritsch, por sinal, foi secretário de Meio Ambiente durante o governo Telmo Kirst, quando ainda era filiado ao PP. Atualmente, o Republicanos está à frente da pasta de Cultura.
Em 2024, a presidência da Câmara caberá ao PSDB.
Mesmo com a incerteza em torno do nome para a presidência, os partidos não cogitam descumprir o acordo do rodízio para o ano que vem. Questionados pela Gazeta do Sul, os líderes das bancadas do PP, União Brasil, Novo, PDT, PSD, PSDB, MDB e PTB confirmaram que irão apoiar a indicação do Republicanos.
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O único partido que não garantiu o apoio é o PT. A bancada não participou das conversas em 2020 e se absteve na eleição de Ilário Keller (PP). Apoiou, porém, a candidatura de Rodrigo Rabuske (PTB). De acordo com o único vereador petista, Alberto Heck, o voto em Rabuske se deu por “uma questão muito pessoal” e que ainda está avaliando a posição para a eleição de segunda-feira.
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A composição da chapa será pluripartidária, mas os demais cargos também não estão definidos ainda. Como é o único entre os partidos com as maiores bancadas que não entrou no rodízio da presidência, o PSD ficou com a vice-presidência nos dois primeiros anos e pode se manter no terceiro.
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Na prática, a indefinição no Republicanos não incomoda as demais bancadas, que entendem que essa é uma discussão que deve ser feita internamente pelo partido. “Preferimos quem o Republicanos indicar. Esse é o acordo”, disse o líder de governo, Henrique Hermany (PP).
Independentemente de quem seja o novo presidente, o principal desafio do ano que vem já está posto e envolve a polêmica da sede da Câmara. Nessa terça-feira, 13, o presidente Rodrigo Rabuske (PTB) confirmou que não irá encaminhar nenhum ato a respeito do assunto até o fim do ano.
Rabuske retomou a discussão sobre a sede, que se arrasta há duas décadas, e chegou, em um primeiro momento, a defender a compra do prédio atual para dar fim às despesas galopantes com aluguel, que chegam a R$ 50 mil por mês. A ideia acabou descartada diante de divergências com o proprietário a respeito do preço. Com isso, o caminho mais provável é a construção de um prédio em um terreno de propriedade da Câmara na esquina entre as ruas Marechal Deodoro e Sete de Setembro.
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Segundo o presidente, porém, a Procuradoria Jurídica apontou que não há tempo hábil para dar algum passo antes de encerrar a gestão, já que seria preciso incluir uma previsão para realização de concurso no orçamento deste ano. O concurso é necessário porque o projeto de sede elaborado no início dos anos 2000, quando o terreno foi adquirido, está defasado.
Rabuske diz que, assim que a presidência for definida, entregará ao eleito um dossiê com dados levantados por ele ao longo do ano a respeito do assunto. Em um levantamento feito pela Gazeta em outubro, todos os vereadores concordaram com a necessidade urgente de uma sede própria para eliminar os gastos com aluguel.
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