O Rio Grande do Sul recebeu nessa quinta-feira, 27, o certificado de zona livre de febre aftosa sem vacinação da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). O Estado se preparou desde 2017 para obter o novo status sanitário, que viabiliza acesso a mercados como Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, China (carne com osso) e Canadá, alcançando até 70% dos mercados mundiais disponíveis. A expectativa é de que haja um incremento nas exportações da carne gaúcha na ordem de US$ 1,2 bilhão anuais.
A fiscal estadual agropecuária da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Santa Cruz do Sul, Aline Corrêa da Silva, explica que a retirada da vacinação contra a febre aftosa, suspensa no Estado desde março de 2020, representa também uma economia de R$ 214 milhões ao ano para os produtores gaúchos, levando-se em conta os custos das doses, logística de distribuição, mão de obra e a perda de peso dos animais por reação à vacina. Porém, observa que quando há a retirada de uma ferramenta de controle, como a vacina, é necessário reforçar outra. “Por isso, a inspetoria veterinária de Santa Cruz já está se organizando para aumentar as atividades de fiscalização nos seis municípios de sua abrangência (Santa Cruz, Vera Cruz, Candelária, Sinimbu, Herveiras e Vale do Sol)”, explica.
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A inspetoria realizará visitas às propriedades consideradas de risco para entrada do vírus da febre aftosa, como aquelas com alta movimentação de animais e alta densidade. Também serão montadas barreiras de trânsito, com o objetivo de coibir movimentação irregular de animais.
“Tão importante quanto a fiscalização do serviço veterinário oficial é a vigilância feita pelo próprio produtor, pois é quem está em contato direto com os animais. Sinais como salivação excessiva, manqueira e feridas na língua, cascos e tetos devem ser avisados imediatamente à inspetoria”, explica Aline. Para isso, o órgão abriu uma nova forma de comunicação pelo WhatsApp (51) 3711 2176.
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Valorização das atividades
A Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro) defende que, após esta conquista, é imprescindível a estruturação e a devida valorização da fiscalização agropecuária. “Há décadas os fiscais estaduais agropecuários e demais categorias da Secretaria da Agricultura estão comprometidos com essa evolução, trabalhando, inclusive, nos fins de semana e feriados, desempenhando atividades essenciais que não podem parar. Para reforçar a vigilância e manter a qualidade do serviço, é urgente a realização do concurso público”, afirma o presidente da Afagro, Pablo Fagundes Ataide. Ele lembra que o último certame ocorreu há oito anos.
O dirigente ressalta que é fundamental a contratação de técnicos. “São os servidores que fazem a vigilância ativa nas propriedades rurais, orientando os criadores e fiscalizando o transporte de animais”, explica o presidente da Afagro. Nos últimos anos, em função de aposentadorias e aprovação em outros concursos, os profissionais estão abandonando a função. “A redução do número de colegas é constante e agora, com a certificação da OIE, a demanda de trabalho tende a aumentar.”
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