O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira, 1º, que a aprovação da reforma da Previdência em 2017 resultará num 2018 de recuperação econômica e mais empregos. Ao comentar os dados do Produto Interno Bruto (PIB), anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de crescimento de 0,1% no terceiro trimestre, ele afirmou também que a reforma trabalhista já está ajudando a economia.
“A gente vai ter um 2018 com mais emprego, a economia vai crescer, as empresas vão voltar a investir a longo prazo no Brasil. A gente vai ter benefício para pessoas que de fato precisam muito”, afirmou o deputado, no Rio de Janeiro, para um evento sobre segurança pública na Procuradoria Geral do Estado.
“Não é tirar dinheiro de nenhum servidor, nem aposentadoria. É desmontar um desequilíbrio em que os que ganham mais trabalham menos e quem ganha menos trabalha mais. Não tem como financiar a Previdência sem construir esse pedágio, que não tira R$ 1 de ninguém.”
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Maia criticou políticos que irão se candidatar em 2018 sem votar favoravelmente à reformulação das regras previdenciárias. “Eu tenho tanta clareza de que quem está preocupado com as pessoas que ganham menos são os que querem fazer a reforma hoje, que vou continuar defendendo. Não consigo entender como alguém vai para a eleição prometendo alguma coisa para as pessoas que precisam do Estado sem discutir a Previdência. Quem faz isso, do meu ponto de vista, está mentindo muito.”
O presidente da Câmara ainda comentou a projeção do PIB pelo IBGE. “O mais importante é que está se projetando crescimento de 3% do próximo ano, o que vai significar recuperação forte do setor produtivo, geração de emprego. A reforma trabalhista está ajudando. Se nós tivermos a condição de convencer os deputados de que a gente pode ter a da Previdência, vai estar ajudando o resultado da economia. Se a gente olhar como estava ano passado, com queda de 10% no PIB, desemprego em 14 milhões de pessoas, descontrole das contas públicas, vemos que temos um Brasil que cresce, mesmo lentamente.”
Segurança pública
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No Rio para um evento sobre segurança pública na Procuradoria Geral do Estado, o presidente da Câmara dos Deputados, disse ainda que, sem a reforma da Previdência, não há como financiar políticas públicas para o setor, de modo a baixar os índices de criminalidade no Rio e em outros Estados.
“O que impede os investimentos é que todo ano as nossas despesas crescem R$ 60 bilhões. É uma conta que não fecha. Ou a gente controla o gasto ou todas as nossas fontes de receita serão engolidas. Se a gente não fizer a reforma, não terá dinheiro para a segurança pública nem para outras áreas”, afirmou Maia. “Precisamos pensar como nós, com toda a crise, vamos conseguir financiar todas as políticas prioritárias do governo, mas principalmente as da segurança pública. Se gastos obrigatórios, como a Previdência, continuarem crescendo, não tem jeito.”
Ele disse que o governo federal vem se omitindo há várias gestões no tocante à responsabilidade no combate à violência no Rio, à exceção do presidente Michel Temer (PMDB). “É como se os crimes cometidos aqui no Rio, principalmente pelo tráfico de drogas e armas, fossem crimes estaduais, sem participação de temas federais. Essa omissão passou por todos os governos, nenhum teve vontade ou coragem de criar uma secretaria exclusiva, à parte, vinculada ao presidente, para o tema da segurança pública”, pontuou. “Agora vejo uma preocupação de fato por parte do presidente Michel Temer, e mesmo assim, ele não teve as condições, não conseguiu exatamente criar essa estrutura e pensar em mudanças, inclusive na própria Constituição, que tirem essa omissão da necessária participação, ou mais do que isso, coordenação, por parte do governo federal no tema da segurança pública.”
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Maia tem se mostrado cético quanto à possibilidade de o governo conseguir para breve os 308 votos de que necessita para aprovar a reforma da Previdência na Câmara, por se tratar de uma matéria vista por parte dos parlamentares como impopular.
Ele vem sendo tachado de excessivamente pessimista, mas sustenta que é apenas realista, e que só votará a reforma se houver chance real de vitória pelo governo. A base teme que a demora na Câmara faça com que a apreciação pelo Senado se dê numa época próxima às eleições de 2018, o que tornaria a aprovação na casa ainda mais difícil, diante do temor dos senadores de perder eleitores.
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