Ao longo dos anos, a convivência humana forja amizades sólidas que perduram a despeito das mudanças de rumos tão comuns a todos nós. Muda-se de emprego, de residência, de afetos e de opinião. Mas no final das contas, por mais parcerias que construímos, são raras aquelas que permanecem para sempre, que fazem a vida realmente valer a pena.
Há pouco deparei com uma crônica que alertava para o fato inevitável da nossa finitude neste mundão de Deus. De acordo com os valores e princípios que norteiam o nosso comportamento, temos a possibilidade de ajudar a minimizar o sofrimento das pessoas que estão à nossa volta. Sejam eles vizinhos, amigos do peito, apenas conhecidos ou colegas de trabalho.
Por mais altruístas que sejamos, a dura verdade é que poucas pessoas lembrarão de nós por muito tempo quando passarmos “desta para uma melhor”. Isso pode soar rude ou até desumano. Mas é preciso compreender que “a fila anda”. Sempre, em todos os quadrantes da vida, com todos. E a nossa biografia não foge à regra.
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O vazio que deixaremos será preenchido por alguém. Seremos substituídos, deixados de lado, esquecidos. Nossa imagem vai se esvair ao longo do tempo num processo inexorável. O cotidiano de quem fica prossegue num processo de moto contínuo que regula o mundo terreno.
Convém avisar aos amigos, leitores e leitoras, que esta crônica não constitui um desabafo pessimista, mal-humorado ou rabugento de um velho de 63 anos, que flerta com o ponto final da vida. Pelo contrário! Pretendo aqui refletir sobre a importância de nos dedicarmos, cada vez com maior afinco, àqueles que nos têm na mais alta estima. A consideração de que somos alvos por parte desses companheiros de jornada deve ser valorizada a cada minuto da vida.
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Para muita gente, a era digital acabou por distorcer o conceito de amizade. Vejo, estarrecido, inúmeras amizades destroçadas na defesa – ou crítica – de pessoas que muitos sequer conhecem de verdade. Detalhes íntimos, postados em redes sociais, têm o inacreditável condão de criar exércitos de fanáticos guiados por cegueira incompreensível.
A adoração insana a estranhos, a destruição de biografias inatacáveis a partir de fake news ou baseada na opinião alheia só cresce. Seria melhor para a alma e o coração empregar energia para combinar uma pizza com chope com o amigo para partilhar sonoras risadas com causos do passado.
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É crescente a legião de raivosos que dedicam horas para lutar guerras alienadas. Neste “novo normal” tem muita gente usando a tecnologia para odiar. Não seria saudável e prudente usar as ferramentas modernas para localizar velhos amigos que, estes sim, lembrarão de nós?
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