Ir ao açougue tende a ficar mais barato no Brasil. Isso é reflexo da estimativa de crescimento da produção das três principais carnes do País: bovina, suína e avícola. Neste ano, de acordo com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve somar 30,88 milhões de toneladas, sendo 21,12 milhões destinadas ao mercado interno e o restante para exportação. A soma é 3,9% superior a 2023.
“A maior quantidade de carnes disponível no mercado interno é um bom indicativo para os consumidores. Mas além desse aumento na produção, os preços dos insumos para alimentação animal estão menores para o criador. Essa combinação de fatores tende a sustentar os preços das carnes em patamares mais baixos para os brasileiros e as brasileiras”, destaca o presidente da companhia, Edegar Pretto.
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O panorama para o segmento bovino é retomar a marca de 10 milhões de toneladas, volume atingido em 2006 e 2007. “O bom volume produzido ainda é reflexo do ciclo pecuário iniciado no ano passado, com uma alta nos abates motivado por descarte de fêmeas”, lembra o gerente de fibras e alimentos básicos da Conab, Gabriel Rabello. Dessa produção, cerca de 6,6 mihões de toneladas abastecem o mercado interno, representando crescimento de 0,2%. “Mesmo com a China recuperando seu plantel de suínos, tende a haver demanda pelo produto brasileiro”, frisa.
Vocação para a pecuária de corte
O Vale do Rio Pardo é bem dividido quando o assunto é vocação produtiva do setor primário. Enquanto municípios como Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul destacam-se pelos expressivos números da cadeia fumageira, outros, como Pantano Grande e Encruzilhada do Sul, caracterizam-se pela força na pecuária, em especial a bovina de corte.
Os produtores pantanenses, assim como a expectativa nacional, devem confirmar crescimento na criação de gado. Segundo a técnica agrícola do escritório municipal da Emater, Fernanda Fagundes, os números tornam-se ainda mais expressivos após a retirada da soja das lavouras. “Eles tiram a soja e colocam gado no mesmo local”, explica.
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Em relação aos preços, alerta Fernanda, este é um bom momento para quem compra, porque estão diminuindo. Deve ter um freio com o aumento da procura, que pode chegar a 10% de ampliação no rebanho municipal. Dessa forma, Pantano Grande passa a contar com cerca de 35 mil cabeças de gado. O número representa 3,42 bovinos de corte para cada morador, considerando que a população identificada pelo censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 10.212 habitantes.
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Fernanda acredita que a pecuária pode ganhar espaço maior na economia municipal, tendo em vista a instabilidade das condições climáticas, com alternância entre estiagem e excesso de chuva. “Aqui as áreas favorecem e há vocação da população, com campanha, gado de corte e ovelhas. Os produtores têm conhecimento e o envolvimento com os animais vem de gerações”, ressalta.
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Além das informações sobre carnes, o País está com boa estimativa sobre a produção de ovos para este ano, que deve atingir um novo recorde e chegar a 41,1 bilhões de unidades para consumo. Com esse volume, a disponibilidade per capita do produto deve se manter estável.
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