Santa Cruz do Sul

Com preço estabilizado, saiba quais são os cortes de carne mais consumidos pelos santa-cruzenses

Ao menos três fatores contribuem para a celebração do Dia do Churrasco, que é lembrado nesta quarta-feira, 24, no Rio Grande do Sul. Com a estabilidade do preço, maior variedade de cortes disponíveis e ofertas, o consumo da iguaria aumentou desde o ano passado. A data, que foi instituída em 2003, também se reflete na economia. Na avaliação do presidente do Sindicato de Gêneros Alimentícios dos Vales do Rio Pardo e Taquari (Sindigêneros), Celso Müller, o cenário atual foi favorável para os consumidores. “E o preço já caiu esse mês.”

Além de contribuir no custo para os estabelecimentos e clientes, a qualidade dos cortes que chegam aos pratos dos gaúchos melhorou. “Isso porque a carne que seria destinada à exportação passou a ser consumida no Brasil”, explicou. Müller observou que os açougues dispõem de maior oferta, o que também é positivo. Além disso, os tipos de carnes consumidas se diversificaram. “Em outros anos, a preferência era pela costela. Hoje é mais o corte do vazio e a chuleta tradicional, além do maior consumo de carne suína”, exemplificou.

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Essa conjuntura também beneficia os estabelecimentos locais. Somente no Miller Supermercados, a procura pela proteína aumentou em torno de 15% comparado a 2023. Os mais adquiridos são os cortes de dianteiro como agulha, paleta e granito. Crescimento idêntico foi percebido em relação aos tipos especiais. Entre os mais consumidos estão a chuleta, maminha, costela, vazio, entrecôte e picanha. De acordo com o setor comercial do estabelecimento, o valor da carne está equilibrado. Além disso, o comportamento do preço depende de diversos fatores, como a sazonalidade, questões externas e até o clima.

A estabilidade do preço das proteínas também foi percebida nas três unidades do mercado Terra Nostra, localizadas na Avenida Independência, no Bairro Goiás e em Linha João Alves. Conforme um dos sócios, Macsuel Borges Durante, a maioria dos produtos, incluindo as proteínas, apresentaram aumento durante a pandemia. Porém, passado o período, ele constatou poucas variações.

“No segundo semestre do ano passado, por exemplo, o preço da costela para o consumidor praticamente manteve o mesmo valor. E com os meus fornecedores, só trabalho com frigoríficos da região, comprei a carne pelo mesmo preço praticamente o ano inteiro”, afirmou. 

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Diante do equilíbrio nos preços, Durante constatou que o consumo também se estabilizou. As variações – tanto de valor quanto de vendas – são pontuais, ocorrendo diante do aumento da demanda, especialmente em datas comemorativas ou quando há eventos em Santa Cruz. Os bovinos mais procurados são costela, chuleta, entrecôte e alcatra. Na parte de suínos, os favoritos são a costela, a nuca e o carré, enquanto nas aves os principais são a coxa e a sobrecoxa tradicional e desossada.

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Produção cresce e preço cai

Conforme avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada no início do mês, a produção de carne (gado, suína e ave) neste ano deve chegar a 30,88 milhões de toneladas. Trata-se de um aumento de 3,9% ante 2023. A consequência desse incremento é a maior oferta do produto ao mercado interno, estimado em 21,12 milhões de toneladas. 

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Segundo presidente da Conab, Edegar Pretto, a maior quantidade de carne disponível é um bom sinal para os consumidores. Pois, além do aumento na produção, os preços de insumos para os criadores de animais estão menores. “Essa combinação de fatores tende a sustentar os preços das carnes em patamares mais baixos para os brasileiros e as brasileiras”, enfatizou.

Em relação à carne bovina, por exemplo, a expectativa é de retomada na produção. A disponibilidade interna está estimada em 6,6 milhões de toneladas, segundo a Conab.

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Acessórios facilitam o trabalho do assador

Na esteira do maior consumo de churrasco, cresce a oferta de itens destinados ao preparo dos assados. O comércio especializado nesse segmento conta hoje com peças que vão além dos tradicionais espetos.
Entre os locais onde essa diversidade pode ser conferida estão as lojas da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). “Temos tudo para facilitar a vida do assador”, afirma o coordenador de vendas Jordan Wink, que atua na matriz na Rua Júlio de Castilhos, em Santa Cruz.

Para Carmen Patrícia Martin, que é vendedora da Afubra, o segmento tem bons resultados o ano inteiro, especialmente durante o verão. Nesta época, os produtos mais adquiridos são as churrasqueiras portáteis, que podem ser levadas nas viagens. Além disso, o consumo de equipamentos voltados à parrilla tem aumentado, sobretudo a grelha por sua praticidade. 

Wink: hoje existe uma maior variedade de produtos destinados ao preparo de carne

Sempre há bons motivos para reunir a família e os amigos

Morador de Linha João Alves, o empresário Raul José Hermes, de 46 anos, reúne a família em sua residência pelo menos duas vezes por semana para saborear um churrasco. Acredita que a iguaria é um bom motivo para estar com os parentes ou com os amigos, seja para um momento de lazer, para trabalho ou confraternizações. “Tudo é motivo para um churrasco”, argumentou.

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Seus cortes favoritos são a costela e a picanha. “Com gordura, de preferência”, frisou. Eles são saboreados semanalmente, nas segundas e quintas-feiras à noite, na companhia da esposa Cristiane Isabel Hermes, 45, e os filhos Otávio Augusto, 22, e Arthur Francisco, 15. A carne é assada em uma churrasqueira no interior da residência, ao lado da cozinha e da sala de estar, facilitando a integração.

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Hermes estima que, em sua casa, são consumidos cerca de 15 quilos de churrasco por mês. E a estabilidade dos preços no último ano permitiu que dê continuidade à tradição. Ele também é proprietário do Bar e Restaurante do Raul, localizado a cerca de três quilômetros de sua residência. Lá, os churrascos são servidos nas sextas-feiras e aos sábados. Hermes estima que são consumidos até 800 quilos de carne por mês. Para o empresário, o panorama atual favoreceu os negócios. “Permitiu que eu pudesse manter os preços e continuar a oferecer um serviço de qualidade.”

Na casa de Raul José Hermes, o churrasco é uma tradição celebrada semanalmente

Chimarrão

Junto ao Dia do Churrasco, é celebrado o Dia do Chimarrão, também responsável por movimentar um importante segmento do comércio. Isso porque, da mesma forma, esse hábito típico dos gaúchos vem se renovando. Atenta aos novos hábitos, a Afubra ampliou o leque de opções com cuias, bombas e garrafas térmicas. Nesse segmento, uma das curiosidades é que os clientes têm optado pelas cuias térmicas de inox. Conforme a vendedora Patrícia Godoy Tavares, a demanda se deve não só pelo material preservar a temperatura da bebida, mas também pela praticidade na hora da limpeza.

Patrícia: novos tipos de cuia conquistaram o público

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Julian Kober

É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.

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