Você sabia que o chocolate tem seis cristais? E que a temperatura é um dos grandes segredos para que ele seja utilizado em tortas e mantenha a textura e a “cara” boas? Os truques desta iguaria que vem do cacau e que dificilmente não conquista paladares foram apresentados em Santa Cruz do Sul nessa semana por Alexandre Bispo, um dos chefs chocolatiers mais renomados da América Latina.
O profissional, que viaja o mundo ensinando como explorar as maravilhas do chocolate, ministrou o curso Arte em Chocolate nas tardes de quarta e quinta-feira, no Centro de Treinamento do Empório Superforti.
Foi em meio ao cheirinho difícil de descrever por aqui que 33 participantes aprenderam o conhecimento técnico para dar forma a coberturas, recheios e decoração de doces. Para isso, o pernambucano fez questão de ilustrar em um gráfico, posicionado ao lado das tortas, bombons, trufas e outras sobremesas, todo o passo-a-passo do processo chamado temperagem – choque térmico no chocolate que faz com que ele cristalize de forma correta, fique brilhoso e não derreta com facilidade nos dedos.
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“Se eu só esquento e esfrio, terei um chocolate fraco. Isso não me serve. Preciso entender o ponto (temperatura certa) de cada etapa”, disse. Outra dica está na qualidade do chocolate escolhido. “Infelizmente, no Brasil a exigência mínima de cacau nos chocolates é de apenas 25%. Na Europa esse índice muda e sobe para 35%. Quanto mais cacau, mais sabor e mais saudável ele vai ser”, explicou o chocolatier da marca Harald.
E quando o processo artesanal é feito com produtos de qualidade, o resultado final ganha, literalmente, outro sabor. “No momento em que você faz algo caseiro, você dá o gosto que bem entender. É um produto personalizado. Agora, se os ingredientes são industrializados, eles acabam ficando ‘iguais’ para todo mundo.”
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Interessado?
Se você está interessado no mundo do cacau, Alexandre Bispo tem um site que disponibiliza até sete cursos on-line. No endereço, é possível ter acesso às técnicas e ao passo-a-passo de muitos procedimentos relacionados ao chocolate, como ovos de páscoa artesanal, docinhos superfinos e bolos artísticos. O endereço é www.eduk.com.br/experts/183761-alexandre-bispo.
Cuidados ao baixar a temperatura
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Baseada na teoria seguida pela prática, a abordagem de Bispo também teve simulações de erro, grande parte relacionada ao processo de derretimento do chocolate. “Além de derreter lentamente, é importante fazer a têmpera. Isso significa baixar a temperatura lenta e uniformemente até alcançar a certa para o trabalho. Sem mudanças bruscas ou choques.”
Bispo também levantou curiosidades. “Por que o bolo de uma dona de casa não fica escuro como o de uma padaria? Isso certamente acontece porque ela não está usando o chocolate certo”, exemplificou. E deu o tom após entregar o certificado aos participantes do curso. “Hoje o confeiteiro que decidir estudar chocolate vai se dar bem porque é a ‘onda’ do momento. Mas não pense que é possível fazer isso sem estudo.”
Recado mais do que absorvido pela confeiteira Clarinda Loreta Lacerda.
Ansiosa pela realização do curso, a santa-cruzense não via a hora de colocar em prática a infinidade de lições aprendidas nas aulas. “Estar presente nessas aulas era o meu sonho. Agora já sei como fazer a cobertura glaceada – é a água que dá o brilho – e ainda aprendi truques para deixar as coberturas lindas.” Uma delas é a mistura do corante vermelho no chocolate marrom. O resultado é uma espelhada cobertura bordô que cobriu a torta de vitrine e a transformou em um doce que até deu pena de cortar. Beleza por fora e muito sabor por dentro.
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