O transporte público em todo o país sofreu com a pandemia de Covid-19. E em Santa Cruz do Sul não foi diferente. Antes das medidas restritivas, eram cerca de 400 mil usuários/mês. Na pandemia, eram 87 mil/mês. Agora, em 2022, o sistema já começa a apresentar recuperação com cerca de 180 mil/mês e a tendência é de elevação. Mesmo assim, a Prefeitura quer implementar em março, a partir de um estudo realizado, uma reestruturação no transporte público urbano. Hoje, o Consórcio TCS tem um custo operacional de cerca de R$ 1,2 milhão por mês. Com as alterações, segundo a administração municipal, este valor passaria a ser em torno de R$ 800 mil, uma redução de cerca de R$ 400 mil. Assim, o subsídio mensal repassado pela Prefeitura à empresa, que foi de R$ 225 mil em fevereiro, para evitar a alta das tarifas, deixaria de ser necessário. Pelo aprovado até aqui, fevereiro já seria o último mês com os repasses.

Em entrevista à Rádio Gazeta 107,9 FM, o secretário de Governança e Relações Institucionais, Everton Oltramari, disse que o intuito do projeto é reduzir o custo da operação sem perder a qualidade. Atualmente, 43 ônibus circulam em Santa Cruz. Pelo estudo, serão entre 34 a 36. Também será trabalhada a redução de cobradores. Hoje são 67 e o ideal apontado é 44. “Isso ocorre em muitas cidades. Não é uma demissão. O que vamos fazer é não mais repor aqueles que se afastarem, pois é uma profissão com muita rotatividade.”

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Além disso, será feita uma reestruturação de sete linhas. “São as chamadas linhas estruturantes, os principais eixos de deslocamento. São linhas que vão passar de 20 em 20 minutos e ninguém vai caminhar mais do que 300 metros para pegar o ônibus. A principal hoje é a que faz o sentido Zona Sul/Centro – Centro/Zona Sul”, explicou Oltramari. Também haverá de oito a dez complementares, as chamadas interbairros. São mais demoradas, em torno de 30 minutos cada, e serão aumentadas em 117 horários. “Essas serão feitas com veículos menores, que consomem menos combustível”, adiantou o secretário.

Integração tarifária

Uma das mudanças, pedido da prefeita Helena Hermany, é colocar em prática a integração tarifária. O modelo beneficia aquele trabalhador que precisa pegar dois ônibus. “Parte abandonou o transporte público, pois tem que pagar duas tarifas, então acabam usando o sistema de transporte por aplicativo. A ideia é que se pague um trecho e o segundo seja gratuito”, avaliou.

Com as alterações, a ideia é que o sistema torne-se autossustentável e que a Prefeitura não precise mais pagar um subsídio mensal ao Consórcio TCS. “Queremos que as pessoas retornem para o sistema. Se 220 mil usuários/mês utilizarem o serviço, ele poderá ser autossustentável. Estamos caminhando pra isso”, disse Oltramari.

O secretário vê boas perspectivas na utilização do sistema já para março. “Temos volta às aulas, Unisc, um potencial de acréscimo de passageiros em vista. Vamos avaliar as mudanças sem fechar nenhuma porta e mantendo o diálogo”, projetou.

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Tarifa

Por enquanto, não há como precisar se haverá mudança na tarifa. A concessionária está analisando o estudo e depois será definido um valor de passagem. De acordo com Everton Oltramari, o cálculo vai mudar bastante, pois o custo operacional vai ser menor. “Vai equilibrar bastante e se houver necessidade de aporte, o déficit seria menor, aí poderíamos usar o valor do Estacionamento Rotativo.” A Prefeitura acredita que a cobrança pelo uso de vagas de estacionamento no Centro, que também será reformulada, pode gerar um valor para ajudar a custear o transporte público.

Colaborou o jornalista Ronaldo Falckenbak

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