O levantamento estatístico do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) aponta que Santa Cruz do Sul soma 100.893 veículos emplacados em sua frota. Somente o município-polo do Vale do Rio Pardo e Rio Grande, na Região Sul, ultrapassam a marca dos 100 mil entre os que contabilizam menos de 200 mil habitantes. Os dados são referentes a setembro, mas evidenciam a retomada do setor automotivo, após os efeitos causados pela pandemia.
Em fevereiro, os números do Detran apontavam que haviam sido emplacadas 99.942 unidades, o que representa um acréscimo de 953 sete meses. Os tipos com maior representação são os automóveis (57.706), seguidos por motocicletas, motonetas ou ciclomotores (19.975). Aqueles que são utilizados para o trabalho, como caminhão, ônibus, tratores e utilitários, também tiveram crescimento. A evolução é mais lenta, em função dos valores, pois costumam ser maiores.
LEIA TAMBÉM: Horário estendido no comércio de Santa Cruz deve iniciar no dia 19 de dezembro
Publicidade
Indiferentemente do tipo, a média de veículos, em relação à população, mantém Santa Cruz entre os destaques do Estado. Há, levando-se em consideração os dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,32 habitante por veículo emplacado no município. Com a segunda frota no Vale do Rio Pardo (52.431), Venâncio Aires chega a uma média de 1,31 morador por placa.
Os elevados índices fazem com o poder público adote medidas para facilitar a fluidez do trânsito. O especialista em gestão e legislação de trânsito, tenente-coronel Ordeli Savedra Gomes, destaca algumas ações. Uma delas é a tentativa de retirar o fluxo mais pesado da área central, a partir da instituição do anel viário, que levará o tráfego da RSC-287 até o Distrito Industrial, sem a necessidade de passar pelo Centro.
“O sistema binário, com definição de fluxos, e a restrição de estacionamento de acordo com o fluxo são algumas medidas que percebemos em Santa Cruz”, destaca. Ele enfatiza a “onda verde” nos semáforos da Rua Tenente-Coronel Brito como uma das ações de fluidez. Outra medida, que é percebida em alguns cruzamentos, é a conversão facilitada à direita. “Temos na Coronel Oscar Jost com a João Pessoa, desde antes de o Código de Trânsito Brasileiro contemplar esse mecanismo. Até uso como exemplo nos cursos que damos pelo Brasil afora”, cita.
Publicidade
Uma outra solução, entende Gomes, é a adoção de sistemas alternativos de transporte, como os coletivos urbanos, os táxis ou veículos acionados por aplicativos e – onde há estrutura instalada – as bicicletas. Isso é positivo para outro problema decorrente da frota elevada: a falta de lugar para estacionar. O especialista alerta, porém, que optar por esses meios faz com que as estruturas de estacionamento pago possam ser inviabilizadas economicamente.
LEIA TAMBÉM: Patinação no gelo e quatro desfiles temáticos são as novidades da Christkindfest 2023
Ao mesmo tempo em que a frota elevada é vista como um desafio em torno da mobilidade urbana, que merece atenção especial do setor público, serve de alento para um importante setor da economia brasileira: a venda de veículos. Gerente-geral VW Spengler para Santa Cruz, Cachoeira do Sul e Uruguaiana, Emerson Haas conta que a marca conseguiu uma recuperação expressiva em 2023, chegando aos 30% de crescimento, na comparação com 2022. No ano passado, lembra, houve dificuldade na produção devido à falta de componentes, como os semicondutores. Consequência da pandemia, o problema já foi superado.
Publicidade
Assim, como a marca tem uma linha grande, que vai desde R$ 80 mil a R$ 350 mil, consegue atender às necessidades de diferentes públicos, em especial dos modelos utilitários esportivos. “Somos líderes em SUV no Brasil e temos o mais vendido do segmento, que é o T-Cross”, exemplifica Haas.
A unidade santa-cruzense, por sua característica regional, consegue atrair a atenção de públicos de outros locais do Vale do Rio Pardo e até de regiões vizinhas, como o Vale do Taquari. Haas acredita que a divisão da origem dos compradores possa chegar a 50% de santa-cruzenses e os outros 50% de municípios diversos.
LEIA TAMBÉM: FOTOS E VÍDEOS: moradores do Bairro Bom Jesus relatam problemas nas ruas
Publicidade
Esse bom momento do setor reflete na necessidade de medidas, como os serviços da Guarda Municipal. É o que explica o coordenador do órgão, Cláudio Santos. Ele reforça que o controle de trânsito é feito em horários de pico e pontos da cidade com maior dificuldade de fluxo, como na Tenente Coronel Brito, na Marechal Floriano e em bairros como Arroio Grande, onde está sendo construído o viaduto.
Segundo Santos, a ampliação do número de emplacamentos não é sinônimo de infrações. “Elas estão com índices semelhantes a 2022, mesmo com o aumento de agentes. Os trabalhos educativos e na prevenção com a ronda escolar e palestras em empresas têm dado resultados positivos”, destaca o coordenador.
LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO PORTAL GAZ
Publicidade
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
This website uses cookies.