Os apaixonados por rodeios e pela tradição gaúcha puderam matar um pouco da saudade nesse último final de semana. De sexta-feira até domingo, o Parque de Eventos de Santa Cruz do Sul foi palco da quarta edição do Laço de Inverno. Entretanto, como foi o primeiro rodeio realizado no município desde o início da pandemia de Covid-19, o evento obedeceu protocolos sanitários e foi realizado sem presença de público, com entrada permitida apenas para participantes, acompanhantes e imprensa.

O Laço de Inverno é promovido pelo CTG Rincão da Alegria, com apoio do Município de Santa Cruz, da 5ª Região Tradicionalista e da Associação Tradicionalista Santa-Cruzense (ATS). De acordo com o representante da entidade, Juliano Batista, foi preciso adaptar as atividades às normas exigidas por decretos referentes ao distanciamento social e de acordo com a cartilha do Movimento Tradicionalista Gaúcho para a retomada de eventos campeiros. “Houve uma série de restrições visando à integridade de todos os participantes e pessoal de serviço, com um controle super rígido na portaria a fim de evitar a entrada de público, que não é permitida”, disse.

Participaram do rodeio 155 quartetos e a premiação foi com troféus e valores de até R$ 2 mil. Além disso, a entidade realizou também uma ação solidária em parceria com o grupo Formiguinhas do Bem. Na ocasião, os participantes puderam doar alimentos e cobertores na portaria do Parque de Eventos. Iniciativas do tipo acontecem com frequência, segundo Batista. “Sempre realizamos uma ação solidária, pois faz parte do objetivo da instituição enquanto parte da sociedade”, completa.

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Momento de retomar a integração entre os tradicionalistas
O primeiro rodeio de Santa Cruz do Sul durante a pandemia atraiu competidores de diversas regiões do Estado. A jovem Ythauana de Carvalho Moraes, de 14 anos, por exemplo, veio de Arroio dos Ratos para participar da prova de tiro de laço. Ela conta que estava com saudades das atividades. “Vim com meu pai e com minha mãe. Eu gosto muito, mas dá um nervosismo na hora”, diz.

Diogo Moresco, de 33 anos, e a filha Maria Cecília, de 3 anos, saíram de Anta Gorda, no Vale do Taquari, para representar o CTG Laço Criolo. Depois do início da pandemia, é o segundo rodeio visitado por Moresco. “Dá saudade, estou participando das competições em dupla, quarteto e laço. Ainda é meio estranho, não tem acampamento, tudo restrito ainda, mas tem que ser assim.”

Muitas famílias se reuniram no Laço de Inverno, como Gláucio Coutinho, de 51 anos, e Luciane Silva, 42. De Lajeado, o casal trouxe os filhos Luan, 11, Alan, 13, e Cauan, 10. “A gente laça em equipe às vezes, então no Rio Grande do Sul talvez seja a única equipe com essa idade, todos laçam juntos”, ressalta Gláucio.

O evento serviu também para dar um fôlego aos comerciantes que dependem de tais atividades. Como Gustavo Felini, de 26 anos, proprietário do Armazém do Tio Ninim, de Passo Fundo, que vende artigos para rodeios. “É complicado, a loja é afetada sem bailes e rodeios, cai bastante o movimento”, observa.

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