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Pandemia

Com hospitais lotados, Mato Grosso do Sul vai transferir pacientes para outros estados

Foto: Alencar da Rosa

Com o número de casos de pacientes infectados pelo novo coronavírus voltando a crescer dia após dia e hospitais praticamente lotados em quase todo o estado, o Mato Grosso do Sul começou a transferir pacientes da Covid-19 para outras unidades da federação.

Um primeiro paciente foi removido nessa quarta-feira, 2, da cidade de Bonito, para a capital de Rondônia, Porto Velho, invertendo o fluxo de transferências inaugurado em janeiro, quando a situação era inversa e Mato Grosso do Sul recebia pessoas remanejadas de Rondônia, então às voltas com a falta de leitos hospitalares.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, outros estados, como o Espírito Santo, também já se ofereceram para receber pacientes do Mato Grosso do Sul. “Aceitamos a oferta de Rondônia e vamos aceitar também a ajuda humanitária que nos foi oferecida pelo estado do Espírito Santo”, afirmou o secretário na quarta-feira, quando revelou que o governo de Rondônia já colocou dez vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) à disposição.

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Nessa quinta-feira, 3, a secretaria estadual de Saúde confirmou a mais 2.470 novos casos da doença. Na quarta-feira, foram registrados 2.176 casos. Na terça-feira, 1º, 1.952. Na segunda-feira, 31, 1.619. Com os resultados, a média móvel de casos passou de 1.747 no último dia 30, para 2.003, até essa quinta-feira o pior resultado dos últimos 21 dias. A média móvel de mortes também aumentou ao longo das últimas três semanas, saltando de 29, no último dia 14, para 49,9 nesta quinta-feira.

Ao confirmar a transferência de pacientes para outros estados, o secretário estadual de Saúde classificou a situação sul-mato-grossense como “um quadro horrível”. De acordo com Resende, embora o governo estadual esteja instalando novos leitos clínicos e de UTI, a demanda por vagas de UTI em Campo Grande já supera a oferta. Em outras localidades, a taxa de ocupação está perto do limite.

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“O número de casos é extremamente elevado […] O de internados bateu recordes, com a taxa de ocupação de 102% na capital. E no restante do estado, a taxa está perto de atingir os 100%. É um quadro dramático, muito grave, o que estamos vivendo”, disse Resende, afirmando que, infelizmente, o número de pessoas internadas pela doença só diminuiu entre terça e quarta-feira devido às mortes.

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“Na terça-feira, atingimos o recorde de internações no Mato Grosso do Sul, com 1.331 pacientes. Nesta quarta, temos um número menor, 1.307, mas isso é fruto de óbitos. Temos que ser bem claros: o número de internações diminuiu em virtude dos óbitos”.

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Nessa quinta, no entanto, este número voltou a subir. Segundo o boletim epidemiológico que a Secretaria Estadual de Saúde divulgou na tarde dessa quinta, havia 1.337 pessoas internadas devido à doença. Destas, 797 ocupam leitos clínicos (581 delas em hospitais públicos e 216 em particulares) e 540 vagas de UTIs (411 públicas e 129 particulares).

“Parece que, no Mato Grosso do Sul, houve um desapego à vida”, lamentou Resende. “Só vamos frear este quadro se tivermos a colaboração da nossa gente. E não estamos tendo. Apesar de há um ano e três meses estarmos aqui todos os dias pedindo para que as pessoas fiquem em casa, não somos atendidos. [De dizermos] ‘Gente, vamos usar máscaras’, há pessoas rebeldes que não as utilizam. [De pedirmos] ‘Vamos lavar as mãos, não somos atendidos'”, concluiu o secretário, pedindo que as populações atendam às recomendações das autoridades sanitárias.

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