Com flexibilizações, volume de passageiros nos ônibus cresce 81% entre março e agosto

Após uma queda vertiginosa durante o período de restrições de circulação mais severas, o volume de passageiros no transporte coletivo urbano de Santa Cruz aumentou 81% entre março e agosto, acompanhando as flexibilizações. Os patamares, porém, ainda são muito inferiores aos do período pré-pandemia. Agravado por situações como a escalada no preço dos combustíveis, o serviço segue acumulando déficits operacionais.

Segundo dados encaminhados pelo Consórcio TCS à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (Agerst), enquanto em março, quando a disparada nas internações e mortes por Covid-19 forçou a adoção da bandeira preta no Rio Grande do Sul, 88,7 mil passageiros foram registrados no sistema. O número começou a subir a partir de abril e chegou a 160,9 mil em agosto. Em setembro, houve um novo recuo, mas isso está relacionado à ocorrência de dois feriados.

A alta no movimento está ligada ao relaxamento dos protocolos no comércio, sobretudo após o fim do programa de redução de jornadas e salários e suspensões de contratos, o que aumentou o fluxo de pessoas que se desloca de bairros para trabalhar nos estabelecimentos do Centro. Como estudantes têm garantido por lei o desconto de 50% na passagem e a maioria das principais indústrias do município trabalha com fretamento, o retorno das aulas presenciais nas escolas e das operações plenas nas empresas não teve um impacto tão significativo.

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Os números, no entanto, indicam que o volume está longe do registrado antes da Covid-19. Em dezembro de 2019, por exemplo, foram quase 290 mil passageiros. De acordo com o gerente da concessionária, Zaqueu Forgiarini, a tendência é que a procura volte a cair a partir do fim de novembro, em função dos períodos de recesso, e que a recuperação efetiva se dê apenas a partir de março.

“Ainda assim, não devemos chegar sequer a 75% do volume anterior. Essa é a nossa perspectiva com base em conversas que temos e no que temos observado. Até porque o volume de passageiros já vinha caindo nos últimos anos, antes da pandemia”, analisa Forgiarini.

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Setembro encerra com prejuízo de R$ 351 mil

Mesmo com a reação no movimento, o transporte urbano registrou, em setembro, um prejuízo de R$ 351,3 mil, segundo apurado pela agência reguladora. Enquanto a arrecadação com a comercialização de passagens chegou a R$ 658,7 mil, o custo operacional passou de R$ 1 milhão – agravado pelo preço do óleo diesel, que acumula alta de 65% desde janeiro, entre outros fatores. Para evitar um colapso no sistema sem aumentar a tarifa, que está congelada em R$ 4,45 desde o ano passado, a Prefeitura vem repassando todo mês um subsídio ao consórcio – que, no mês passado, foi de R$ 270,8 mil.

A lei que autorizou o subsídio, porém, prevê um prazo de seis meses para a medida. Isso significa que a partir de agora a concessionária não terá mais acesso ao socorro – a não ser que a Prefeitura opte por prorrogá-lo, o que ainda está em discussão. O estudo contratado pelo governo para servir de base a uma reforma ampla em todo o sistema de transporte só deve ser concluído em novembro.

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De acordo com Zaqueu Forgiarini, atualmente a concessionária opera com 36 de seus 53 ônibus. Embora algumas linhas tenham sido retomadas, o número de horários oferecidos é de cerca de 300, enquanto antes da pandemia chegava a perto de 900. A abertura de mais 120 horários a partir de novembro está em análise.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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