Um dos símbolos da crise que atingiu a indústria no ano passado não foi visto no balanço das empresas e atingiu o bolso dos trabalhadores do setor. Dados apresentados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelaram que o rendimento médio real dos empregados industriais teve queda de 1,2% em 2016 na comparação com o ano anterior. É a primeira vez na série histórica que esse indicador registrou queda.
Segundo a entidade, o rendimento médio real atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) caiu ininterruptamente nos três últimos meses de 2016 e acumulou queda de 4,3% na comparação trimestral.
“Mesmo com a grande indexação e os dissídios, esse indicador teve a primeira queda. Isso é fruto do mercado de trabalho bastante desaquecido. Então, algumas negociações de dissídio tiveram recomposição dos salários abaixo da inflação”, disse o gerente-executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “Isso mostra que, com o desemprego crescente, os trabalhadores estão dispostos a aceitar correção menores dos salários”, completa.
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Castelo Branco elogiou a indicação de reforma trabalhista do governo Michel Temer que pretende fazer com que o acordado entre categoria e empregador se sobreponha ao legislado. “Isso dará valorização à negociação e significa que você dá margem de manobra para que as partes acertem temas que vão além do salário, como jornada de trabalho ou o intervalo entre turnos”, disse.
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