Santa Cruz do Sul

Com cenário crítico, cisternas garantem água para os produtores em Santa Cruz

Apesar de cobrir 75% da área total do planeta, a água é um recurso escasso. Cerca de 97% do mineral está nos mares, e dos 3% restantes, apenas 0,01% é encontrado na superfície da Terra, ocupando rios e lagos. O Brasil, apesar de possuir 12% de todo o volume, concentra 80% desse total na bacia do Rio Amazonas, na região Norte.

Fundamental para a manutenção da vida humana, o acesso à água é um direito universal, mas que não chega a um terço da população mundial. Como consequência, isso eleva os níveis de miséria e se configura como um dos principais entraves ao desenvolvimento.

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No Rio Grande do Sul, até a última quinta-feira, 44 municípios já haviam decretado estado de emergência em virtude da estiagem. Há um ano, 175 municípios enfrentavam essa situação. Santa Cruz do Sul, apesar de não estar em emergência, apresenta um cenário hídrico crítico em virtude da falta de chuva, segundo o secretário de Agricultura, Hardi Panke.

“Estamos indo para o quarto ano seguido com chuva abaixo da média. Em razão disso, não houve o reabastecimento dos mananciais. A maioria das propriedades rurais ainda são abastecidas por nascentes. A Prefeitura, além de repassar cisternas, está perfurando poços e instalando redes de água. Já foram construídos 223 açudes e aguadas.”

Por meio da Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri), a Prefeitura já repassou 160 cisternas, que são utilizadas por agricultores e famílias do interior. Desse total, são 60 unidades com capacidade para 10 mil litros e outras cem de 5 mil litros, em um investimento de R$ 427.447,00.

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“Foi a melhor coisa que nos aconteceu”, afirma agricultor

No início de 2022, o produtor Eno Frantz fez questão de se agilizar para conseguir receber uma cisterna. Ele saiu da localidade de Entrada São Martinho, no interior de Santa Cruz do Sul, e percorreu 23 quilômetros até a Secretaria de Agricultura, no centro da cidade, a fim de se inscrever no programa da Prefeitura.

No mês de maio, ele foi um dos beneficiados com um reservatório de 10 mil litros. Não fosse a cisterna que armazena água da chuva, Eno não saberia o que fazer, pois teria que recorrer a um córrego próximo ao arroio Taquari-Mirim, que está quase seco, para tratar os cerca de 40 suínos e outros animais.

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“Estamos muito felizes, porque poupa muito serviço para nós. Antes disso, precisávamos ir até o arroio que fica a mais de cem metros. Foi a melhor coisa que nos aconteceu e que a Prefeitura poderia fazer”, comemora o agricultor de 61 anos.

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Criação de suínos e outros animais recebe uma boa parte da água que é armazenada | Foto: Bruno Pedry

Antes da cisterna na propriedade de Eno Frantz, cabia ao filho, Daniel, de 23 anos, ir de carroça até o córrego encher um tambor de 200 litros. “Melhorou não só para nós, mas para todas as famílias que receberam. Era uma cena frequente. Não era só nós que pegávamos água ali no arroio, todo mundo estava fazendo isso”, observa Daniel.

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Junto com o filho, Eno, que planta tabaco em uma propriedade de 29,9 hectares, implantou um sistema de calhas no telhado de dois galpões, que abastecem a cisterna quando chove. Segundo ele, com pouco tempo de chuva, 10 mil litros são obtidos. “Eu achava que tinha que instalar calhas em outro galpão para encher, mas deu uma chuva e em dois dias já foi suficiente. Agora está um pouco baixo o nível, mas assim que chover, enche de novo”, destaca Frantz.

Caminhões-Pipa: 50 mil litros são distribuídos por dia para abastecer os reservatórios

A Prefeitura de Santa Cruz do Sul conta ainda com três caminhões-pipa atendendo as comunidades do interior. São 50 mil litros por dia para abastecer reservatórios. Embora a demanda seja menor do que no ano passado, cerca de 15 famílias são assistidas pela Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade nas localidades de São Martinho e Entrada São Martinho, Alto Paredão, General Osório, Linha Chaves, Nove Colônias, Entrada Zingler e Reserva dos Kroth.

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Outra ação desenvolvida em Santa Cruz é o projeto de proteção de nascentes e recomposição de matas ciliares. No final de 2022, um convênio foi assinado com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) para executar um diagnóstico da bacia do Rio Pardinho. A intenção é mapear os problemas e colher informações através de análises da água, segundo o secretário de Meio Ambiente, Jaques Eisenberger.

“Dessa forma serão definidas áreas prioritárias para execução, tendo em vista os resultados esperados de melhoria na qualidade e quantidade de água nos afluentes do Rio Pardinho. E, por consequência, com efeitos esperados no ponto de captação do município, assim como auxiliar na implementação da Unidade Gestora do Projeto (UGP-PSA), conforme previsto na legislação”, explica.

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