O mês de novembro, isolado entre duas importantes datas para o comércio – como o Dia das Crianças, em outubro, e o Natal, em dezembro –, ganhou força nos números do varejo brasileiro a partir da adoção de uma campanha surgida nos Estados Unidos: a Black Friday. Em solo norte-americano, ela é a abertura do período de compras natalinas, além de possibilitar uma limpa nos estoques e ingresso de capital de giro. São promoções com altos índices de desconto, que motivam a procura acima do que é tradicional para o período.
Criativos, os empresários brasileiros perceberam que dava para ampliar o período de preços atrativos e têm anunciado descontos desde o início do mês, criando um Black November, em referência à tradução de “novembro” do inglês para o português. E parece que tem surtido efeito, inclusive em Santa Cruz do Sul.
A expectativa, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Vale do Rio Pardo (Sindilojas), Mauro Spode, é de que se registre um crescimento de 25% nas vendas, no comparativo com o mesmo período de 2020. O último ano sofreu o efeito da pandemia, mas nos últimos meses houve maior flexibilização, o que permitiu que os números fossem robustos.
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“As ações começaram com eletrônicos, material de informática e celulares, e agora temos observado o ingresso do vestuário e outros setores”, destaca. Acrescenta que essa é uma opção de incrementar as vendas de novembro. Mas alerta que é preciso que os empreendedores trabalhem forte com seus fornecedores para conseguir valores interessantes, que possam ser atrativos, tornando-se opção ao comércio online.
Período de recuperação
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Ricardo Fernando Bartz, acredita que o atual período de promoções possa emendar com as compras alusivas ao Natal. Pesquisa recente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas/SPC Brasil aponta que 33% dos trabalhadores devem usar o 13º salário para comprar presentes; 34% vão economizar e apenas 16% têm como prioridade o pagamento de dívidas em atraso. Assim, comerciantes de áreas de eletro e eletrônicos, que contabilizaram dois meses de queda, podem ter recuperação nos números.
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Bartz reforça que essa não é uma campanha adotada pela CDL, mas ele percebe movimentação entre os associados. “Acredito que esse tipo de promoção venha a crescer ano a ano”, comenta. “É um caminho sem volta. A tendência é ampliar, cada vez mais, os segmentos que devem aderir e as oportunidades. Então precisamos avançar, buscando sempre a inovação”, indica. Ele vê o e-commerce como concorrência forte, neste momento, mas salienta que o bom atendimento nas lojas físicas continua sendo um grande diferencial.
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Procon alerta para os cuidados com as compras online
Em entrevista ao programa Rede Social, da Rádio Gazeta, o coordenador do Procon de Santa Cruz do Sul, Marcelo Estula, alertou sobre a necessidade de que sejam tomadas algumas medidas antes da efetivação das compras online. “Assim como a Black Friday tem crescido no Brasil, também tem aumentado o número de reclamações, como pela demora na entrega, compras feitas e não entregues ou canceladas, além dos golpes pela internet”, elenca.
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Estula sugere que sejam feitas pesquisas sobre os sites e que os clientes acessem, diretamente, o endereço de quem anuncia a promoção – evitando links enviados aleatoriamente. “Às vezes, a mudança de uma letra leva o consumidor para um site falso, para algum tipo de golpe”, atenta. Observar, em pesquisas na internet, se há reclamações da empresa é uma opção. As lojas que vendem de forma online devem manter transparência em dados como CNPJ, informações de contato, prazos e se a origem do produto é brasileira ou do exterior.
Um dos assuntos que costumam vir à tona, quando são anunciados os preços da Black Friday, é a ocorrência de acréscimo anterior à promoção como forma de maquiar descontos, com o apelido popular de “metade do dobro”. Estula afirma que é preciso pesquisar os valores com certa antecedência. “Quando não conseguir fazer isso, porque passou o período, dá para comparar com outros estabelecimentos para ver se o preço condiz”, aconselha. Anunciar uma promoção “fictícia” pode gerar denúncia, por parte do consumidor, por propaganda enganosa.
O cliente, ressalta o coordenador do Procon, deve observar se a compra é necessária ou se é feita apenas por impulso. “Se for parcelada, ele deve olhar o preço final para conhecer o tamanho dos juros”, frisa.
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