O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apresentou os dados da edição mensal do Monitoramento dos Pequenos Negócios, apurado entre os dias 19 de julho e 8 de agosto. O material aponta evolução na expectativa dos empresários, e essa situação acompanha a curva de reabertura das atividades e ampliação do esquema vacinal contra a Covid-19.
No período da pesquisa, o Brasil havia contabilizado 154 milhões de doses aplicadas, com 46,1 milhões de brasileiros imunes, representando 21,6% do público-alvo. No Rio Grande do Sul, 28,5% dos gaúchos tinham recebido as duas doses ou o imunizante em dose única.
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Desde março, quando o estudo destaca um dos picos da pandemia, o percentual de empresários que acredita em piora da situação baixou de 89% para 42%; os que pensam ter melhorado pulam de 3% para 25%. Gestor de atendimento do Sebrae Vales do Taquari e Rio Pardo, Clóvis Glesse percebe a vinculação da ampliação da cobertura vacinal com a expectativa dos diferentes setores produtivos. “Com mais pessoas vacinadas, percebemos que os órgãos de saúde encontram mais segurança para flexibilizar a abertura. O empresário está vendo, assim, a possibilidade do retorno do faturamento”, explica.
Em alguns setores, como o agronegócio, a percepção de queda no faturamento é menos sentida porque houve poucas restrições à manutenção das atividades. “Nessas áreas, o entendimento de uma retomada não é muito explícito, porque sofreram menos”, aponta Glesse. Outros, porém, tiveram perdas significativas. Muitos foram obrigados a interromper todo o funcionamento. É o caso de 35% dos entrevistados, em março. Em julho, esse número caiu para 12%, se concentrando mais nas partes de serviços e eventos. A parada se deve à remodelação da empresa, restrições impostas pelos órgãos de saúde ou fechamento em definitivo. Na região dos Vales, nenhuma das empresas envolvidas no levantamento estava totalmente fechada em julho. O mês representou aumento de faturamento para 14%, outros 50% mantiveram e 36% contabilizaram redução.
E se o passado parece apresentar uma curva positiva de recuperação, as perspectivas para os próximos três meses também servem de alento para quem investe. A confiança de que o mercado irá melhorar atinge 73% dos entrevistados, enquanto 23% acreditam que deva seguir inalterado e outros 4% ainda pensam que pode piorar. Nos Vales, 75% dos empresários confiam em melhoria na economia do Estado e do ramo de atividade.
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Mesmo que exista quem esteja receoso com os resultados vindouros, outra questão apontada pela pesquisa tranquiliza. Pela primeira vez desde abril de 2020, quando começou o levantamento, nenhum empresário tem intenção de encerrar as atividades nos próximos 30 dias. No período, 71% pretendem manter, 14% vão retomar e 7% buscam a expansão e reposicionar as atividades na região. No próximo mês, portanto, não há perspectiva de fechamentos.
A empresária Dalva Mees é uma das que acredita no retorno positivo da economia. Ela se enquadra em dois grupos: os que vão manter e os que vão reposicionar atividades. O primeiro, porque é proprietária de uma confecção especializada em uniformes. “Com a pandemia, praticamente tive que desmontar o negócio”, lamenta. Com escolas fechadas e alunos em casa, acabou perdendo peças importantes de sua equipe. “Tive que me reinventar. Temos três pessoas no trabalho e elas estão dando conta, no momento”.
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E se houve a iminência de encerrar as atividades, o que não aconteceu, a vertente empreendedora falou mais alto. Aproveitou seu gosto pela produção de alimentos e idealizou, com o sócio Norberto Fritsch, a criação da Casa da Vovó Lanche Saudável. “Estamos encaminhando para o finalmente, faltando ainda a instalação de um forno, mas estou muito empolgada com o novo negócio”, afirma.
A ansiedade por entrar em um novo ramo é diminuída com a busca da qualificação. “Estamos treinando muito. Não podemos pecar. É algo novo, mas que gosto muito. Além disso, temos a consultoria do Sebrae, que nos dá um conforto maior”, antecipa otimista com a certeza de que o futuro será de prosperidade: “Acredito muito no brasileiro. Somos criativos e penso que seremos o primeiro país do mundo a se recuperar. Acredito em anos dourados pela frente, depois de tanta tristeza”.
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