Criado em outubro de 2023, tão logo iniciaram os bombardeios indiscriminados de Israel contra os palestinos, na Faixa de Gaza, o Comitê pela Paz na Palestina, contra o Apartheid e o Genocídio, de Santa Cruz do Sul, tem atuado de forma constante para conscientizar a população sobre o que tem ocorrido no Oriente Médio. Na manhã de sábado, 13, integrantes do comitê local participaram de um chamado global que pede o cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas e realizaram um ato na Praça Getúlio Vargas. A atividade reuniu membros da comunidade palestina que vivem no município, bem como simpatizantes e dirigentes de organizações sociais e políticas.
Conforme a organização, o objetivo do chamado global também foi dar visibilidade às discussões ocorridas durante o julgamento no Tribunal Internacional de Haia, na última quinta e sexta-feira, que analisou a denúncia de crime de genocídio feita contra Israel pela África do Sul. Segundo o empresário Mohamed Mustafa Husni Ali, filho de palestinos, o Comitê se sente na obrigação de contar a história da Palestina e do seu território, de modo que as pessoas entendam o que está acontecendo há quase 80 anos no Oriente Médio.
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“Precisamos mostrar o quanto o povo palestino sofre. Isso também nos faz refletir: quantas Gazas tem no Brasil? Quantos muros de Apartheid, assim como na Palestina, o Brasil tem, dos excluídos, dos povos originários, que tanto sofrem? Quantas similaridades pontuais temos aqui? O que é feito lá de uma forma explícita, aqui acontece nas entrelinhas e isso é triste de se ver. Lá vemos bombardeios e aqui, tiroteios. Lá o povo é sem voz e aqui também”, frisou.
Outro organizador e membro do Comitê pela Paz na Palestina, de Santa Cruz do Sul, o professor de História e vice-diretor da escola Goiás, Eduardo Barreto, frisou que o grupo é diverso e sentiu necessidade de uma educação histórica para acompanhar o momento e esclarecer a população. Além do genocídio, ele lembrou que há a tentativa de combater a narrativa do povo palestino, por isso a criação de comitês de apoio e divulgação pelo Brasil e o mundo afora é tão importante. “Não são apenas os bombardeios iniciados em outubro. São décadas de massacre e perseguição sistemática do povo palestino.”
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Acerca do chamado global, Barreto ressaltou que “o mundo inteiro abraçou a causa da Palestina” e que o julgamento da denúncia de genocídio pelo Tribunal Internacional é um momento histórico. “A resolução internacional da Palestina vai ditar a geopolítica do resto do século”, afirmou.
Durante o ato na Praça Getúlio Vargas, os integrantes do Comitê também divulgaram informações gerais sobre o massacre contra os palestinos e atualizaram números de pessoas feridas e sobre as perdas lá registradas.
O Comitê pela Paz na Palestina, contra o Apartheid e o Genocídio, de Santa Cruz do Sul, é aberto a todas as pessoas que se sensibilizem com a causa. Conforme explica o professor de História Eduardo Barreto, aqueles que se sentirem provocados a participar podem e devem se juntar ao Comitê. “Sempre fizemos questão de salientar que não precisa ser palestino ou ser descendente de palestino, basta ter humanidade.”
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A África do Sul apresentou, recentemente, uma denúncia à Corte Internacional de Justiça em Haia, na Holanda, acusando Israel de cometer genocídio contra o povo palestino, na Faixa de Gaza. Na última quinta, 11, começaram os rumos jurídicos preliminares sobre o caso, quando os juristas sul-africanos iriam argumentar as razões da acusação. No dia seguinte, Israel deveria apresentar a sua contestação. A África do Sul afirmou que, ao assistir e ouvir declarações públicas de políticos, lideranças religiosas conservadoras e oficiais militares israelenses, considerou clara a intenção de que os bombardeios na área têm como objetivo dizimar o povo palestino de Gaza. Assim, apresentou formalmente a acusação no dia 29 de dezembro de 2023.
Na denúncia consta que Israel comete atrocidades irreversíveis contra o povo palestino desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo armado Hamas (classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel) massacrou 1,2 mil civis e militares israelenses, ato que resultou na despovoação de uma grande área próxima ao enclave. Países como a Argélia, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Irã, Turquia, Venezuela e a Palestina denunciaram veementemente o crime de genocídio no território de Gaza.
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