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PAZ NA PALESTINA

Com ato em Santa Cruz, chamado global pede cessar-fogo em Gaza

Foto: Rafaelly Machado

Com ato em Santa Cruz, chamado global pede cessar-fogo em Gaza

Integrantes do Comitê, simpatizantes e dirigentes de organizações sociais e políticas reforçaram o pedido de paz na Palestina em ato realizado na manhã de sábado, no Centro

Criado em outubro de 2023, tão logo iniciaram os bombardeios indiscriminados de Israel contra os palestinos, na Faixa de Gaza, o Comitê pela Paz na Palestina, contra o Apartheid e o Genocídio, de Santa Cruz do Sul, tem atuado de forma constante para conscientizar a população sobre o que tem ocorrido no Oriente Médio. Na manhã de sábado, 13, integrantes do comitê local participaram de um chamado global que pede o cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas e realizaram um ato na Praça Getúlio Vargas. A atividade reuniu membros da comunidade palestina que vivem no município, bem como simpatizantes e dirigentes de organizações sociais e políticas.

Conforme a organização, o objetivo do chamado global também foi dar visibilidade às discussões ocorridas durante o julgamento no Tribunal Internacional de Haia, na última quinta e sexta-feira, que analisou a denúncia de crime de genocídio feita contra Israel pela África do Sul. Segundo o empresário Mohamed Mustafa Husni Ali, filho de palestinos, o Comitê se sente na obrigação de contar a história da Palestina e do seu território, de modo que as pessoas entendam o que está acontecendo há quase 80 anos no Oriente Médio.

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“Precisamos mostrar o quanto o povo palestino sofre. Isso também nos faz refletir: quantas Gazas tem no Brasil? Quantos muros de Apartheid, assim como na Palestina, o Brasil tem, dos excluídos, dos povos originários, que tanto sofrem? Quantas similaridades pontuais temos aqui? O que é feito lá de uma forma explícita, aqui acontece nas entrelinhas e isso é triste de se ver. Lá vemos bombardeios e aqui, tiroteios. Lá o povo é sem voz e aqui também”, frisou.

Outro organizador e membro do Comitê pela Paz na Palestina, de Santa Cruz do Sul, o professor de História e vice-diretor da escola Goiás, Eduardo Barreto, frisou que o grupo é diverso e sentiu necessidade de uma educação histórica para acompanhar o momento e esclarecer a população. Além do genocídio, ele lembrou que há a tentativa de combater a narrativa do povo palestino, por isso a criação de comitês de apoio e divulgação pelo Brasil e o mundo afora é tão importante. “Não são apenas os bombardeios iniciados em outubro. São décadas de massacre e perseguição sistemática do povo palestino.”

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Acerca do chamado global, Barreto ressaltou que “o mundo inteiro abraçou a causa da Palestina” e que o julgamento da denúncia de genocídio pelo Tribunal Internacional é um momento histórico. “A resolução internacional da Palestina vai ditar a geopolítica do resto do século”, afirmou.

Durante o ato na Praça Getúlio Vargas, os integrantes do Comitê também divulgaram informações gerais sobre o massacre contra os palestinos e atualizaram números de pessoas feridas e sobre as perdas lá registradas.

Com ato em Santa Cruz, chamado global pede cessar-fogo em Gaza
Eduardo Barreto e Mohamed Mustafa Husni: esforços para uma educação histórica | Foto: Rafaelly Machado

Para todos

O Comitê pela Paz na Palestina, contra o Apartheid e o Genocídio, de Santa Cruz do Sul, é aberto a todas as pessoas que se sensibilizem com a causa. Conforme explica o professor de História Eduardo Barreto, aqueles que se sentirem provocados a participar podem e devem se juntar ao Comitê. “Sempre fizemos questão de salientar que não precisa ser palestino ou ser descendente de palestino, basta ter humanidade.”

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Entenda

A África do Sul apresentou, recentemente, uma denúncia à Corte Internacional de Justiça em Haia, na Holanda, acusando Israel de cometer genocídio contra o povo palestino, na Faixa de Gaza. Na última quinta, 11, começaram os rumos jurídicos preliminares sobre o caso, quando os juristas sul-africanos iriam argumentar as razões da acusação. No dia seguinte, Israel deveria apresentar a sua contestação. A África do Sul afirmou que, ao assistir e ouvir declarações públicas de políticos, lideranças religiosas conservadoras e oficiais militares israelenses, considerou clara a intenção de que os bombardeios na área têm como objetivo dizimar o povo palestino de Gaza. Assim, apresentou formalmente a acusação no dia 29 de dezembro de 2023.

Na denúncia consta que Israel comete atrocidades irreversíveis contra o povo palestino desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo armado Hamas (classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel) massacrou 1,2 mil civis e militares israelenses, ato que resultou na despovoação de uma grande área próxima ao enclave. Países como a Argélia, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Irã, Turquia, Venezuela e a Palestina denunciaram veementemente o crime de genocídio no território de Gaza.

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