O setor cafeeiro deve crescer 2% este ano no país. Em ascensão está principalmente o segmento ligado à produção de café em cápsula (monodose) para uso em máquinas domésticas, que espera aumento nas vendas na faixa de 40% a 50%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Segundo a entidade, o café é consumido em 98,2% dos lares brasileiros.
“Como o setor vem passando por renovações tecnológicas, principalmente no que chamamos de monodose, o volume de investimento nos últimos anos tem crescido bastante”, disse o diretor executivo da Abic, Natan Herskowicz, no Dia Nacional do Café. “As pesquisas apontam que, em 2014, tivemos um crescimento de 54% em relação a 2013”, acrescentou.
Segundo ele, o mercado de café em cápsula tem recebido muitos investimentos em tecnologia, principalmente nas máquinas usadas para preparo das cápsulas, consumidas em 91% dos lares. São Paulo e estados da Região Sul concentram 53% das vendas, mas as empresas que atuam neste segmento esperam um crescimento de até 20% dos lares nos próximos dez anos.
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A perspectiva de aumento no setor é confirmada pelo anúncio de dois agrandes investimentos na cidade de Montes Claros (MG) para construção de fábricas de produção de cápsulas no país, com a previsão de recursos de R$ 285 milhões.
Pesquisa encomendada pela Abic mostra que a forma tradicional de fazer café, com garrafa e filtro, ainda é a mais popular. Cerca de 84% dos consumidores preparam o café filtrado, enquanto 4% declaram preparar o produto em monodoses ou cápsulas.
Os dados também mostram que 44% do público respondem que estariam dispostos ou muito dispostos a pagar a mais por um café de qualidade superior. Segundo o diretor da Abic, esses dados levam o setor a apostar na popularização do chamado café gourmet. “Em geral, o café que o brasileiro consome tem melhorado muito a qualidade, mas nós temos um segmento que está voltado mais para esses café com um sabor mais apurado, inclusive pagando um pouco mais por isso”, ressaltou o diretor executivo da Abic.
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Ele disse que, apesar de cautela com o cenário econômico do país, não há expectativa de redução do setor cafeeiro como um todo. “As preocupações são compartilhadas pelas expectativas da economia, mas como o café é um produto de consumo diário e com custo baixo as oscilações da economia não interferem tanto no setor.”
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e o segundo no mercado consumidor – atrás apenas dos Estados Unidos. Dados do setor mostram que consumo interno de café no Brasil, que havia registrado uma retração de -1,23% em 2013, mostrou recuperação de 1,24%, atingindo a produção de 20,333 milhões de sacas nos 12 meses compreendidos entre Novembro/2013 e Outubro/2014. A expectativa é que o setor possa chegar a um crescimento de 2% em 2015.
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