Mesmo sem novos reajustes nas refinarias por parte da Petrobras e com o dólar em queda, o valor da gasolina vem subindo nas últimas semanas. Em Santa Cruz do Sul, o preço médio passou de R$ 7,13 para R$ 7,19 no tipo comum, de acordo com pesquisa realizada pelo Procon. Segundo João Carlos Dal’Aqua, presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), o vilão da vez é o álcool anidro (etanol), que faz parte da mistura da gasolina e vem registrando altas consecutivas.
Para entender a situação, é preciso ter em mente que a gasolina vendida nos postos é composta por 73% de gasolina pura e 27% de álcool anidro, conforme a legislação brasileira. Com isso, além da variação do câmbio e da paridade de preços com o mercado internacional feita pela Petrobras, os combustíveis sofrem impactos da cadeia produtiva do etanol. “Houve uma quebra na produção da cana-de-açúcar em função da seca. E o preço elevado da gasolina levou a um maior consumo do etanol nos grandes centros”, explica Dal’Aqua.
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A produção deficiente e o aumento no consumo acarretaram desequilíbrio na oferta e demanda, o que causou aumento nos valores nas distribuidoras de etanol. “Os postos estão recebendo pressão nos preços há vários dias. Nas últimas duas semanas, esse repasse foi significativo e não teve mais como segurar”, afirma o presidente do Sulpetro. Ele salienta que o sistema é muito mais complexo do que somente as variações da Petrobras e do dólar. “Às vezes a distribuidora faz promoções e o preço baixa, e isso independe da Petrobras. Agora foi o contrário, o valor subiu, independente da Petrobras”.
Além disso, segundo Dal’Aqua, os estabelecimentos não podem considerar somente os combustíveis para calcular a margem de lucro. “Há vários fatores que podem afetar a vida de um posto. Um exemplo é uma negociação salarial que pode levar a uma reposição. São custos operacionais do estabelecimento”. Ele enfatiza que os postos são o elo mais fraco dessa corrente e trabalham com uma margem de lucro reduzida. “O produto está com preço elevado e o consumo está retraído. O proprietário, no desespero de pagar suas contas, vai represando a margem. Hoje tem gente trabalhando por aí com menos de 10% de margem bruta”, observa.
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Assim, conforme Dal’Aqua, se considerarmos o preço médio da gasolina em R$ 7,00, a margem de lucro dos estabelecimentos fica entre R$ 0,40 e R$ 0,70 por litro vendido. “Desde que houve essa paridade de preços com o mercado internacional, os postos são os que mais sofreram, pois são eles que apresentam a conta ao consumidor”.
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