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Com 32 anos de carreira, Banda Marcopolo se despede dos palcos

Quem já arrastou o pé no bailão ao som de “Vestido Azul” ou já chorou pela pessoa amada curtindo “Maldita Paixão”? Essas são apenas dois dos grandes sucessos acumulados em 32 anos de história da Banda Marcopolo, de Arroio do Tigre, que vai literalmente “ensacar a viola”.
O grupo musical nasceu do projeto de dois amigos: Abílio Zuchetto e Luiz Hermes (in memorian), este último, que já tocava na então Banda Estrela Dalva. Os dois fundaram a Banda Marcopolo em 23 de março de 1986. Zuchetto conta que o primeiro evento foi no salão comunitário de Linha São José. De lá para cá, o sucesso foi inevitável. Surgiram grandes canções como “Barquinho de Papel”, “Lua Parceira”, “Essas Mulheres” – já regravada pela banda Os Atuais -, até as mais recentes “Enquanto Chove”, “Chega pra Cá” e “Receita pra Felicidade”.

Primeira formação da banda, em 1986

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Foto: Divulgação

Durante a carreira, foram lançados sete CDs com os trabalhos do grupo, contando ainda com um CD especial instrumental. A Banda Marcopolo sempre fez a linha família. Desde a primeira formação, irmãos sempre compuseram o conjunto. Em 1986, a Banda Marcopolo contava com Abílio Zuchetto (guitarra e vocal), Luiz Hermes (teclado), Ivo Hammerschimitt (baixo e vocal), Olavo Zuchetto (bateria), Nilvo Arrial (trombone), Valídio Arrial (trompete) e Sidinei Arrial (trompete). De lá para cá, houve muitas mudanças e troca de músicos. A atual formação conta com Abílio Zuchetto (trompete), Darci Zuchetto (trompete), Luciano Zuchetto (acordeon), Cristiano Zuchetto (bateria), Egídio Buligon (teclado), Claudinei da Silva (baixo), Etson Magalhães, o Bell (vocal) e Taiara Soldi (vocal).

O cenário musical sofreu muitas transformações nos últimos anos. A competitividade aumentou e a valorização do músico já não é mais a mesma. Zuchetto destaca que a Marcopolo está parando, dentre outras coisas, devido a outros projetos dos componentes e da diminuição do lucro. “Quando uma empresa não apresenta mais os mesmos lucros, alguma coisa deve ser feita. Após muitas reuniões que ocorreram no final de 2017, decidimos, em comum acordo, não assumir mais compromissos além dos que já haviam”, acrescentou. Em paralelo, outros projetos surgiram. “Decidimos, eu e meus filhos, que partiríamos para outros segmentos. Um deles é a GlobalNet Telecom, uma provedora de internet, na qual o Luciano é um dos sócios-proprietários. Por isso, fica muito difícil conciliar as duas coisas. A banda nos toma muito tempo. É preciso compor, ensaiar, as viagens são desgastantes, então tudo alinhou para o encerramento das apresentações do conjunto”, explicou.

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Zuchetto destaca que, indiscutivelmente, a banda hoje está em seu melhor momento e por isso a escolha de parar agora. A data escolhida para anunciar o final da banda não poderia ser a mais sensata. Justamente no dia em que a banda completa seus 32 anos, ou seja, hoje. Abílio lembra que muitas comunidades e promotores de eventos continuam a ligar com o intuito de contratar a banda. “Eles têm entendido a nossa resposta. Os contratos que nós já havíamos fechado a partir desta data, repassamos a outras bandas”, disse.
Abílio destaca que sente pelo fim da banda. “Mas meu sentimento maior é o do dever cumprido durante esses 32 anos”, frisou. Ele ainda pediu a compreensão das entidades e promotores que ainda requisitam o trabalho da banda.

O que dizer aos fãs?
“Até tatuagem com o nome da banda já fizeram”, lembra Abílio. Aos fãs que acompanham o trabalho da Marcopolo, Zuchetto disse que o que fica marcado é o carinho. “Ganhamos muitos presentes durante nossas apresentações, garanto que isso tudo vai ficar bem guardado no acervo da banda como recordação e uma forma de retribuir o carinho dessas pessoas”, explicou.

Tem volta?
Abílio disse que não quer dar esperança sobre um possível retorno da Banda Marcopolo. “Acredito que alguém possa se interessar por essa história e a trajetória da banda. A princípio, a nossa decisão é definitiva em encerrar a banda”, disse.
Zuchetto lembra que a Marcopolo é conhecida em muitos lugares. “Já fomos convidados a tocar em várias cidades do estado e também fora dele, como em Sorriso, Água Boa, Querência, Canarana e outras cidades de Mato Grosso, além de várias vezes no Paraguai”, afirmou.
As últimas apresentações do grupo serão no dia 1º de abril, em Santa Maria, e no dia 7 de abril, durante a realização da 17ª Festa Estadual do Feijão, encerrando o show de Amado Batista.

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