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PRODUÇÃO

Colheita do tabaco na região segue ritmo da safra passada

Na parte baixa do Vale do Rio Pardo, em torno de 95% da lavoura já foi colhida. Nos três Estados do Sul, o índice é de 55%

A colheita da safra de tabaco 2021/22 está em pleno andamento. Na parte baixa do Vale do Rio Pardo, já atingiu 95%, enquanto na área alta, que costuma ser tardia, encontra-se nos 55%. Comparado com o ano anterior, isso representa uma pequena demora. No mesmo período, em 2021, estavam em 97% e 60%, respectivamente. Nos três Estados do Sul, a safra passada, até essa data, estava com 52% da colheita feita. Nesta, ampliou para 55%.

De acordo com o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, a estiagem tem prejudicado os resultados da produção, tanto na qualidade como na produtividade. “Isso ocorre, em especial, nas regiões de plantio mais tardio, que estão sofrendo muito com a falta de chuva”, reforça. Entende, no entanto, que outras culturas, como milho e soja, bem como a pecuária de corte e de leite, estão com dificuldades em decorrência da falta de desenvolvimento das pastagens.

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Outra questão que tem levantado debate no setor é a definição dos valores a serem praticados na compra do tabaco. As primeiras reuniões foram realizadas entre as entidades representativas dos produtores e empresas nos dias 20 e 21 de dezembro. “Serão realizados novos encontros em 26 e 27 de janeiro”, adianta Werner.

Afubra e federações da agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos trabalhadores rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná se reunirão para definir os rumos da negociação. Enquanto isso, as empresas compram o tabaco do produtor utilizando o percentual de reajuste informado na primeira rodada de negociação. Os percentuais de aumento, além do que já foi conseguido, serão pagos com notas complementares da quantidade vendida.

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A proposta de reajuste do preço, por parte da representação dos produtores, levou em consideração a variação do custo de produção, acrescido de dez pontos percentuais para a rentabilidade do produtor e a sustentabilidade do setor. Esse percentual de acréscimo representa a perda nas últimas safras. Apesar do custo de produção ter sido apurado de forma conjunta entre as entidades e cada fumageira, a negociação não teve acordo. Apenas uma empresa apresentou proposta de reajuste acima do custo de apurado. Uma não apresentou proposta e as demais não atingiram nem o percentual do custo de produção.

Granizo é dificuldade que afeta a renda do agricultor

Em entrevista ao comunicador Ronaldo Falkenback, na Rádio Gazeta FM 107,9, o presidente da Afubra destacou um outro problema enfrentado pelos fumicultores na atual safra: o granizo. “A questão é bem preocupante para nós, da Afubra, mas especialmente para o produtor, principalmente nas regiões do Centro-Sul e do Leste paranaense”, aponta Benício Albano Werner.

Conta que em muitos casos o produtor já havia feito a retirada da segunda colheita, ficando a parte alta e mais nobre na planta. Com o granizo, muitos não terão como continuar a retirada das folhas, por terem ficado danificadas. O dano torna-se ainda maior porque, na safra atual, a oferta é menor do que a demanda e isso representaria uma evolução no valor pago ao produtor. Com as perdas, esse diferencial não será recebido por quem cultiva.

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