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AGRONEGÓCIO

Colheita do arroz passa de 50% na região central do Estado; produtividade é considerada boa

Produtividade tem se mostrado positiva, mesmo com os reflexos da enchente enfrentada pelo Rio Grande do Sul no ano passado

Produtividade tem se mostrado positiva, mesmo com os reflexos da enchente enfrentada pelo Rio Grande do Sul no ano passado | Foto: Paulo Rossi/Divulgação

A região central do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) superou a marca de 50% do produto colhido e, mesmo com adversidades ainda presentes por conta da enchente do ano passado, há boas perspectivas para os resultados. “Não será uma supersafra, mas o panorama é muito bom”, avalia o coordenador do órgão na área, o engenheiro agrônomo Enio Alves Coelho Filho. Ele estima que da área semeada com arroz – 123.799 hectares –, 53,75% dos grãos já foram retirados da lavoura. E até o fim do mês, deve chegar a 70%. 

A média por hectare tem sido de cerca de 170 sacas. Essa quantidade pode diminuir conforme a colheita for findando, pois grão foi semeado fora da época preferencial (segunda quinzena de outubro a segunda quinzena de novembro), em virtude da enchente de maio do ano passado, que ainda impacta a produção.

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“São reflexos da enchente que atrapalharam principalmente a região central, causando danos e transtornos nas áreas arrozeiras, fazendo com que os produtores precisassem reconstruir os canais de drenagem e de irrigação”, salienta Coelho Filho. “As próprias lavouras precisaram de reposição de materiais como areia, pedras e árvores, principalmente na região da Quarta Colônia.” Nessa área ficam os municípios de Restinga Seca, Agudo, São João do Polêsine, Silveira Martins, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande e Dona Francisca,. 

Ele acrescenta que essas situações ocasionaram atraso na semeadura, ultrapassando a melhor época recomendada segundo o zoneamento agrícola agroclimático. “Por conta disso, pensou-se que não haveria uma produção muito boa, mas acompanhando os movimentos de colheita, atingindo já mais da metade da área semeada, a produtividade vai bem”, analisa. “Embora semeado tarde, tivemos uma condição de radiação solar nos meses de dezembro e janeiro, proporcionando para a planta uma boa fotossíntese, respondendo em produtividade.”

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Apesar dos problemas decorrentes da catástrofe em 2024, o representante do Irga na região frisa que os bons resultados desta safra têm sido fruto da luminosidade (incidência solar) e temperaturas favoráveis, sobretudo em dezembro e janeiro, período de desenvolvimento do cereal. Algumas áreas pontuais sofreram com a falta de água, como locais com arroios com um fluxo não tão bom e que abastecem as lavouras. “Mas não é geral”, observa.

Coelho Filho ainda salienta a superação do produtor rural. “A resiliência dele é impressionante. Reconstituir-se frente a tudo o que passou, ver as lavouras semeadas sendo colhidas, é um grande exemplo do que o homem do campo é capaz.”

Máquinas avançam nas lavouras gaúchas

No Estado, a colheita já chega a quase 79,19%, e algumas áreas estão com o trabalho até mais avançado. O núcleo de Caçapava do Sul alcança 80% de produção colhida; a região de Santa Cruz, 75%, e a de Agudo, 36%. Até o próximo dia 30 a maior parte do cereal deve ter sido retirada das lavouras, chegando a uma média de 70% na região central.

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“Por mais que nossa região central, num contexto total, não signifique muito – em torno de 15% do Estado –, representa em número de produtores e lavouras, isso impacta socialmente. Predominam as pequenas propriedades rurais, a agricultura familiar”, enfatiza o engenheiro agrônomo Enio Alves Coelho Filho. 

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Na última safra foram colhidos 7.659 quilos por hectare, representando 903.762 toneladas na região central, numa área semeada de 118 mil hectares. Para este ciclo, a expectativa é de uma produtividade um pouco maior, chegando a 8,5 mil quilos por hectare em 123 mil hectares semeados.

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“Infelizmente, o preço não está bom. O saco de 50 quilos está entre R$ 71,00 e R$ 75,00. Até porque tivemos esses gastos com a produção desta safra, impacta a rentabilidade do produtor no final”, diz o coordenador regional do Irga na região central. “Mas pode ser que haja uma compensação por conta da produção – o produtor vai ter um maior volume para entregar.”

Valorização

A diminuição da safra americana de arroz – entre 10% e 15% – pode ajudar a trazer maior competitividade para o arroz gaúcho. “Além disso, a baixa qualidade observada no produto colhido no Norte do Brasil é outro fator que pode aumentar a procura por produto oriundo do Sul do Brasil”, pondera o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.

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No mercado externo, segundo ele, há demanda confirmada de países como Nicarágua, Panamá, México e Costa Rica, que devem garantir um bom volume de comercialização no porto. “Como destaque, a Costa Rica, que deve confirmar uma compra de produto brasileiro acima de 200 mil toneladas entre abril e junho.”

Regional central do Irga

A regional central do Irga é compreendida por nove núcleos de assistência técnica, com sede nos municípios de Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Santa Maria, Restinga Seca, São Sepé, Candelária, Caçapava do Sul, Formigueiro e Agudo, totalizando 32 municípios produtores de arroz. O núcleo de Candelária, ao qual pertence Santa Cruz, soma 13.060 hectares plantados. Somente em Candelária foram semeados 5,4 mil hectares; em Santa Cruz, 1.708 hectares.

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