A colheita do arroz na região Central do Rio Grande do Sul chegou a 31% dos 118 mil hectares plantados, conforme os dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). A porcentagem é considerada baixa para abril e se deve às dificuldades enfrentadas pelos produtores durante o plantio. Isso porque entre setembro e novembro do ano passado, período considerado ideal para essa etapa, o excesso de chuva impediu o acesso das máquinas no campo e, em alguns casos, exigiu uma nova semeadura.
Conforme o agrônomo Enio Alves Coelho Filho, coordenador da regional Central da autarquia, os meses de setembro e outubro são os preferenciais para o plantio do grão no Estado e não puderam ser aproveitados da melhor maneira devido às precipitações. Com o início da safra mais lento se comparado ao normal, explica o profissional, espera-se que a conclusão também sofra atraso. Para se ter uma ideia da discrepância, no mesmo período do ano passado, o total colhido no fim da primeira dezena de abril era de 53% da área plantada.
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Essa situação também afeta a produtividade. Até o momento, a média na regional Central está em 8.445 quilos por hectare, mas a tendência é de queda. Segundo Enio, esse número é fruto das lavouras que tiveram condições de obedecer o ciclo ideal de plantio, desenvolvimento e colheita. Com isso, estão obtendo os melhores resultados. As demais, no entanto, não devem repetir o desempenho. “Essa média é momentânea e representa as primeiras lavouras, mas daqui para a frente a tendência é diminuir.”
Se nos anos anteriores a safra era concluída entre meados de abril e começo de maio, neste a previsão é de que se estenda até, pelo menos, a segunda quinzena de maio, com possibilidade de adentrar o mês de junho para as áreas semeadas entre o fim de dezembro e o início de janeiro. Esse avanço durante o outono, salienta o agrônomo, provoca respostas diferentes das plantas devido às diferenças de temperatura, umidade, incidência de sol e outros fatores.
“A produtividade agora talvez comece a declinar. Não são muitas, mas temos lavouras de dezembro e janeiro que estão verdes, enfrentando temperaturas e condições de manejo não recomendadas no Rio Grande do Sul”, observa. Ao comentar o mercado atual do arroz, Enio diz ser difícil avaliar porque pode haver mudanças com ações dos governos e outros fatores que influenciam na oferta do produto e no preço da saca. Ainda assim, ele entende que hoje os orizicultores encontraram um equilíbrio na rotação de culturas e a produção está alinhada à demanda nacional.
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“Não vai faltar arroz, mas talvez seja mais ajustado em relação aos anos anteriores. Se for assim, talvez nós tenhamos uma melhora no preço”, afirma. A cotação atual da saca de 50 quilos está variando entre R$ 95,00 e R$ 102,00.
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