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Colheita de trigo avança, mas preço preocupa; veja o cenário em Santa Cruz

Projeção para a colheita do cereal é de cerca de 4,5 milhões de toneladas, o que representa queda de 14% em relação ao ciclo passado

O tempo firme e ensolarado dos últimos dias fez avançar a colheita de trigo no Rio Grande do Sul, alcançando 58% da área cultivada. Outros 40% estão em maturação e 2%, em enchimento de grãos. Os dados são do boletim da Emater/RS, divulgado no início deste mês.

O ritmo da colheita da safra 2023 se deve ao excesso de chuva no Estado, em virtude do fenômeno El Niño. Temendo novas ocorrências, os produtores aproveitam os dias ensolarados para irem à lavoura. A Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação afirma que as adversidades climáticas tiveram impactos negativos no trigo. A abertura oficial da colheita ocorreu no mês passado, em Cruz Alta.

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Antes das chuvas registradas em setembro, a expectativa era ter a segunda melhor safra de trigo da história, perdendo apenas para a edição passada, quando houve a colheita de mais de 5 milhões de toneladas. Para este ano, a previsão é de cerca de 4,5 milhões de toneladas, uma queda de 14%. A Emater aponta que o excesso de precipitação interferiu de modo considerável no desenvolvimento de doenças nas lavouras de trigo. Isso provavelmente resultará em redução do rendimento e na queda da qualidade dos grãos.

A menor qualidade do produto também se reflete no valor pago ao agricultor. O levantamento da Emater, realizado na semana passada, aponta que para uma saca de trigo com 60 quilos o produtor recebe R$ 52,88. No ano passado, nesse mesmo período, o valor pago era de R$ 96,13.

Cenário não é diferente em Santa Cruz

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Os dias ensolarados foram aproveitados pelo produtor Arcênio Sebaldo Dupont, de 59 anos. Em Linha João Alves, próximo à zona urbana de Santa Cruz do Sul, na Travessa Stoelben, ele cultiva 15 hectares de trigo e fez a colheita entre domingo e segunda-feira. Na lavoura, o agricultor conta com a ajuda de seu filho Tales Ismael Dupont, 17 anos, que estuda na Escola Família Agrícola de Santa Cruz (Efasc), e de sua esposa, Liane Teresinha Dupont.

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Conforme o produtor, não havia mais como esperar para realizar a colheita. “Se pegar mais uma chuva, vai desvalorizar ainda mais o preço. ”A produção de Dupont ficou em 42 sacas por hectare. “Em um ano de chuvas regularizadas, ficava entre 60 e 80 sacas. ”Esta é a terceira safra do cereal cultivada por ele. “No ano passado, tínhamos um bom preço, boa produção e boa qualidade. Agora, temos a falta desses três fatores, muito por causa da chuva.”

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Toda a produção de Dupont é encaminhada à Unidade de Grãos da Afubra, em Rincão Del Rey, em Rio Pardo. “A saca está saindo por R$ 49,00 aqui na região. Vou esperar para vender e ficar na expectativa de uma valorização do preço.” O cenário atual já é motivo de preocupação para a safra do ano que vem. Dupont irá analisar os resultados da colheita atual e ficar de olho no mercado. “É inviável plantar trigo com esse preço. Ano que vem, vou ver como será o custo de produção e comercialização”, afirma o produtor.

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