Com 73% do tabaco colhido no Vale do Rio Pardo e 45% nos três Estados do Sul, a primeira avaliação da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) mostra expectativa melhor de produção e qualidade na atual safra em relação à anterior. No mesmo período do ano passado, 62% da produção tinha sido coletada nas lavouras da região.
O clima na safra passada prejudicou os resultados no Vale do Rio Pardo. O excesso de chuva registrado nos meses de outubro e novembro de 2019 resultou na queda de produtividade. Já nas áreas de plantio tardio, o problema foi oposto: a estiagem afetou a qualidade.
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A renda para o produtor na última safra não foi considerada satisfatória. Segundo o presidente da Afubra, Benício Werner, o custo aumentou e a média de preço não seguiu o mesmo índice. “No Vale do Rio Pardo, na região mais baixa, teve tabaco de boa qualidade, mas a produtividade foi muito baixa. Consequentemente, a safra não foi muito boa e o resultado para o produtor também acabou seriamente atingido em termos de média de preços. A tabela aumentou em torno de 2,2% até 3,8%, e a média de preços que os produtores tiveram não atingiu esse percentual. Ficou só em 0,34%”, explicou o dirigente.
A expectativa para a atual safra, porém, é muito positiva, mas Werner lembra que um clima estável, sem excesso ou escassez de chuva, será fundamental. “O nosso fumicultor sabe produzir. Ele sabe cultivar tabaco, fazer os tratos culturais, mas o determinante é o clima”, afirmou Werner.
“Até o momento tivemos pequenas estiagens, mas o tabaco se adapta. Não com intervalo sem chuva muito grande, e isso nós não tivemos praticamente em toda região nesta safra, com exceção do Noroeste do Rio Grande do Sul e Extremo Oeste de Santa Catarina”, acrescentou. Para o presidente da Afubra, esse indicativo mostra que a safra será muito melhor que a de 2019/2020.
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Mais lavouras atingidas por granizo
Entre os principais tipos de tabaco produzidos – burley, virgínia e de galpão –, a Afubra prevê a colheita de cerca de 607 mil toneladas no Sul do Brasil na safra atual. Uma das preocupações é o número de lavouras que sofreram perdas em virtude da queda de granizo.
Enquanto no mesmo período da safra passada a Afubra havia contabilizado a incidência em 4.162 plantações no Vale do Rio Pardo, no atual período já são 4.626 produtores que registraram perdas. Nos três Estados do Sul, no mesmo período do ciclo anterior, foram 19.234 lavouras atingidas, ante 22.712 até agora.
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Sobre a venda da safra atual, o presidente Benício Werner ressaltou que, a partir da segunda semana de janeiro, as empresas devem retomar o período de compras. A classificação feita pelos produtores tem sido aceita pelas indústrias, o que animou os agricultores em suas primeiras vendas.
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