Muitos imigrantes que vieram para o Brasil viveram histórias dignas de filmes. Uma, certamente, foi a de Johann (João) Beckenkamp, que foi condutor da carruagem de Dom Pedro II.

Ele era da Prússia e desembarcou no Rio de Janeiro em 1849, com 23 anos. Ao apresentar-se às autoridades, informou que era cocheiro (Kutscher) e foi então convidado a trabalhar para o imperador.

Ele trocou seu sonho de vir para a colônia de Santa Cruz e passou a conduzir Dom Pedro II, a imperatriz Teresa Cristina e os filhos. O imperador falava bem o alemão (era filho da princesa autríaca Dona Leopoldina) e recebeu o novo cocheiro com simpatia.

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Johann: cocheiro de D. Pedro

João aprendeu a falar português e foi até mordomo da Casa Real, na Quinta da Boa Vista. Seus descendentes relatam que ele costumava conduzir o imperador em suas “escapadas” noturnas.

Mesmo com a vida confortável que levava, sentia falta dos seus conterrâneos. Quando chegava um navio da Alemanha, ia ao porto para conversar. Como falava português e alemão, tornou-se intérprete e tirava dúvidas dos viajantes.

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Em fevereiro de 1850, conheceu a jovem Suzanna Elisabeth Herberts, de 18 anos, que estava chegando da Alemanha com os pais Jakob e Catharina Herberts. A família estava vindo para a colônia de Santa Cruz e os dois passaram a trocar correspondências. 

Apaixonado, João pediu que Dom Pedro o liberasse do cargo e veio atrás de Suzanna. Em junho de 1850, chegou ao porto de Rio Pardo, onde reencontrou a jovem. Jakob Herberts estava estabelecido naquela cidade, com um pequeno armazém. 

Johann e Suzanna casaram em Rio Pardo e depois vieram de muda para Linha Santa Cruz (Alte Pikade), onde ocuparam o lote 24. O casal construiu uma bela história, como veremos na próxima semana.

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