Uma Copa Libertadores que seja disputada durante toda a temporada, nos moldes do que ocorre na Europa, mais especificamente na Liga dos Campeões. A ideia ainda é embrionária, mas já é discutida pelos dirigentes do futebol sul-americano, que se reuniram nesta quinta feira, 31, no Morumbi, casa do São Paulo. O encontro debateu o Estatuto da Liga Sul-Americana de Clubes, mas questões como calendário e premiação também foram abordadas.
Os principais clubes do continentes se reuniram pela terceira vez. São 32 agremiações de dez países. Os dirigentes querem aproveitar o momento delicado por que passa a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) para se fortalecerem e até tomar o poder, caso a entidade não passe a agir com mais transparência e também destine mais dinheiro aos clubes que disputam suas competições.
Nesse caso, a Liga seria responsável por organizar a Libertadores ou torneio equivalente. “A gente quer formalizar neste momento a Liga. Em seguida, lutaremos por mais transparência e melhor distribuição das cotas de TV”, revelou o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. Ele, porém, ainda acha cedo para discutir um calendário com Libertadores anual. “Precisamos primeiro chegar a uma agenda comum”, prefere o dirigente rubro-negro, embora seja simpático à ideia.
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Mas há defensores mais enfáticos, como Roberto Andrade, presidente do Corinthians. “Temos de fazer o que for melhor para todos”, pondera. Andrade, na verdade, está mais preocupado – como aliás todos os presidentes – em ganhar mais dinheiro dos torneios sul-americanos. O dinheiro das TVs, aliás, é uma das caixas pretas da Conmebol. Os dirigentes já pediram cópias dos contratos de transmissão das competições, mas até agora não receberam. O máximo que a Conmebol fez diante da chiadeira foi dobrar a cota paga por jogo da Libertadores de US $ 300 mil para US $ 600 mil. “Bom não está, mas é melhor do que a gente tinha até então”, diz Andrade.
Com a Conmebol enfraquecida por envolvimento de vários de seus dirigentes em escândalos de corrupção, os clubes acham que chegou a vez deles. “Temos de conduzir e não sermos conduzidos”, defende o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior. “O mais importante é que a Liga está crescendo e temos de aproveitar que toda crise oferece uma oportunidade para resgatar a credibilidade do futebol”, acrescentou Daniel Angelini, presidente do Boca Juniors.
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