Ocorreu pela primeira vez na região dos Vales, a retirada da polpa de um dente de leite para coleta e congelamento de células-tronco. O procedimento, realizado em um menino de 6 anos, morador de Santa Cruz do Sul, nessa quinta-feira, 12, é capaz de contribuir para a regeneração de diversos tipos de tecido do corpo e pode ser usado em terapias contra uma série de patologias.
Buscando formas de prevenção para uma série de doenças até então consideradas incuráveis, os pais da criança procuraram a Clínica Dettenborn Odontologia, em Santa Cruz do Sul. Ela é credenciada ao Grupo QS Qualidade em Saúde, que tem parceria com o laboratório R-Crio, responsável pela coleta e armazenamento das células. O R-Crio fica em Campinas (SP).
Conforme a odontopediatra Ana Júlia Moura, a técnica é bastante simples e demanda cuidados específicos. “São solicitados diversos exames e raios-x, que são encaminhados ao laboratório R-Crio. São eles que vão identificar qual dente melhor se adapta ao procedimento. Logo depois, realizamos a extração do dente de leite, que é encaminhado a eles. O material coletado é congelado em tanques de nitrogênio.”
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Além do dente de leite, também é possível fazer a coleta a partir do dente siso. “O procedimento pode ser feito em crianças com idades entre 3 e 10 anos, que já têm todos os dentes de leite. Em adultos, podem ser usados o dente siso ou extranumerário, desde que estejam em boas condições, com tamanho adequado de raiz. Não pode ter nenhuma lesão e deve estar intacto para ser útil no processo”, explicou Ana Júlia.
Para que serve
As células-tronco podem permanecer armazenadas por tempo indeterminado. O foco, segundo a odontopediatra Ana Júlia Moura, é desenvolver técnicas para recuperação de tecidos ósseos que podem ser utilizadas em procedimentos de cirurgia plástica, dermatologia e neurologia, além de doenças consideradas incuráveis até então.
“Pesquisas em andamento, em fase final de teste, também indicam que as células-tronco podem ser utilizadas no tratamento de diabetes, autismo, Alzheimer, Parkinson e câncer, ou mesmo em acidentes que exijam transplantes. No futuro, também poderão ser usadas em queimaduras graves.”
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Custos
Sem detalhar os custos, a clínica informou que o pagamento é feito diretamente ao laboratório R-Crio em Campinas (SP), que dispõe de diversos planos de análise do genoma das células-tronco, tanto os mais simples quanto os mais completos. O valor é determinado de acordo com o plano escolhido. Uma quantia é cobrada para o procedimento e processamento. Depois, paga-se uma taxa anual de aproximadamente R$ 1 mil, valor que pode ser parcelado em até 12 vezes.
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