O clima instável em algumas regiões do Rio Grande do Sul neste ano não ajudou no cultivo do pêssego. Em Santa Cruz do Sul, a produção poderá ser igual ou inferior se comparada com a do ano passado, de oito toneladas.
“O excesso de chuva nos meses de agosto e setembro, e depois a geada no período da floração prejudicaram o desenvolvimento da fruta. No entanto, temos uma variável de acordo com as regiões. Em São Martinho, por exemplo, a geada não trouxe prejuízos tão significativos como em Cerro Alegre, onde as plantas não se desenvolveram como deveriam”, explicou o extensionista da Emater/RS-Ascar, Vilson Piton.
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A fruta, uma das principais para a produção de doces e compotas para as festas de fim de ano, está escassa nas feiras rurais do município. No último sábado, por exemplo, não se encontrava o produto na feira do Bairro Arroio Grande. Já no ponto ao lado do Parque da Oktoberfest, apenas uma feirante tinha a fruta, mas em pequena quantidade. A produtora Elisane Kolger, de Linha Pinheiral, contou que dos oito quilos que conseguiu colher, seis haviam sido vendidos. “Este ano não tivemos uma boa colheita. Foi muita chuva e a geada atrapalhou, colhi muito pouco”, disse. No ano passado, segundo ela, o que comprometeu a produção foram as pragas que atacaram a plantação. Na propriedade da família são 13 pessegueiros. As frutas são vendidas a R$ 5,00 o quilo.
Além da baixa produtividade, a qualidade da fruta preocupa os feirantes, caso de Astor José Hermes, de Linha João Alves. Ele e a esposa, Anita, cultivam verduras, bergamotas, laranjas e pêssegos. Segundo Hermes, a colheita na propriedade dele deverá ser de aproximadamente 60 quilos de pêssego. “Este ano todas as frutas estão bem atrasadas, temos algumas laranjeiras com flores ainda, algo que eu nunca tinha visto nesta época”, afirmou. “Na semana passada eu colhi cinco quilos de pêssego e nesta não consegui nenhum. Eles estão ainda muito verdes. Além disso, a qualidade não está muito boa, falta tamanho”, complementa. Na propriedade de Hermes são oito pessegueiros, distribuídos entre brancos e amarelos. O quilo sai a R$ 5,00.
Em Santa Cruz do Sul, os pomares da fruta ocupam 4,5 hectares. São apenas sete produtores que se dedicam ao cultivo. A colheita, que teve início em outubro, se estende até a primeira semana de dezembro. A principal variedade cultivada no município é o dourado, ou douradão.
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