O debate acerca da questão climática planetária reúne palpiteiros e cientistas. Há teses para todos os gostos. Otimistas e pessimistas. Mesmo os especialistas têm sérias e razoáveis divergências.
Também proliferam as teses conspiratórias. Destacam-se aquelas que relacionam a urgência e a dramaticidade a inconfessos objetivos comerciais e geopolíticos (jogos de poder entre nações).
Admitamos a procedência e a veracidade dos indicadores negativos e suas causas, e, inclusive, as datas futuras e limítrofes entre o hoje suportável e o futuro “inferno”.
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Porém, esse quadro contraria a possibilidade de continuidade do modo de organização social (principalmente, desde a revolução industrial), seja tocante aos meios de vida, produção e consumo de bens industriais e alimentícios.
Alicerces do atual modelo de produção, os inimigos declarados dos climatologistas pessimistas são a queima de combustíveis fósseis, o descarte de lixo, a agropecuária e o uso do solo.
Os agentes poluentes são o carvão e o petróleo, o lixo, os fertilizantes agrícolas, o cocô do gado bovino e o desmatamento. Subproduto comum a todos os itens, e principal vilão, o “senhor” gás carbônico, “pai” do efeito estufa, cujo “filho” seria o aquecimento global.
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Concordando ou não, é a narrativa mundial corrente e predominante. Entretanto, há uma enorme desproporção demonstrativa entre o volume de denúncias climáticas e as necessárias opções de continuidade da vida dos povos.
Por que não se fala sobre a superpopulação mundial? Sobre controle de natalidade? Sobrevivência e produção alimentícia futura? Oportunidades de trabalho e renda? E sobre a população mundial de bichos domésticos (a onda pet), que também exige produção industrial de alimentos e bens de consumo?
São pertinentes um sem-número de perguntas simples e preocupantes para cada argumento pró adequação climática. Mas há algo que prejudica o debate qualitativamente.
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A narrativa denuncista e pró adequação climática é mais simpática e popular. Ainda que objeto de demagogia, às vezes. Bastou observar a jovem e midiática Greta nos acusando (os mais velhos) de ter “roubado seus sonhos e infância”.
Questionar os indicadores do caos e indagar sobre hipóteses viáveis de sobrevivência e convivência humana futura soa muito antipático, ainda que razoáveis e coerentes as perguntas.
Então, entre o “politicamente correto” e o atávico instinto de sobrevivência (na falta de explicações e opções), para que lado penderão a maioria dos humanos?
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