A cultura da mandioca está sofrendo com as condições climáticas adversas na região. O clima frio e seco para esta época do ano, verificado nas últimas semanas, dificulta o desenvolvimento correto das plantas e traz prejuízos aos agricultores de diversos municípios do Vale do Rio Pardo. Muitas das mudas transplantadas não germinam e o trabalho precisa ser refeito, gerando custos adicionais e trabalho dobrado. Além disso, a qualidade e a produtividade das lavouras podem ser impactadas negativamente.
Conforme o extensionista rural Rudinei Medeiros, do escritório da Emater/RS-Ascar de Mato Leitão, as plantações daquela área enfrentam dificuldades de germinação e os produtores tiveram de fazer o replantio. Essa prática, segundo ele, não ocorria há muito tempo e provoca queda na produtividade e também na qualidade do produto final. Além disso, os custos com mão de obra aumentam, tendo em vista que muitas propriedades contratam trabalhadores para as atividades do plantio e pagam por dia trabalhado.
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Apesar da preocupação, Medeiros afirma que é precoce avaliar se haverá escassez ou disparada no preço da mandioca. “Ainda é cedo para dizer porque se trata de uma cultura bem adaptada e de fácil manejo e tratos culturais”, afirma. A mesma situação é percebida em Santa Cruz do Sul, segundo o extensionista rural Vilson Pitton. “As baixas temperaturas atrasam a progressão das culturas em geral e a mandioca também pode ser prejudicada, tanto na altura quanto no desenvolvimento das raízes”, explica.
Pitton acrescenta que a falta de chuva contribui para o desnivelamento das plantas e raízes. Uma das soluções apontadas pelo especialista é o uso de mudas mais vigorosas para enfrentar as adversidades atuais. “A época e a umidade do solo são outros fatores que influem na emergência e no vigor dos vegetais.” Os fatores climáticos, segundo ele, também pesam negativamente na cultura.
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Uma das atingidas é a agricultora Lúcia Helfer, do Corredor Frey, em Santa Cruz do Sul. “Não sabemos o que está acontecendo. As ramas pareciam estar boas, mas dos 2 mil pés que transplantamos, pelo menos a metade não nasceu e teve de ser replantada.” Ela utiliza o produto em maioria para a alimentação dos animais e demonstra preocupação com a situação. “Já está passando da época, mas não temos alternativa, precisamos replantar para ter algo para o gado no próximo ano.” Se a mandioca não se recuperar, a família terá de buscar outras opções.
Ela diz que o problema é incomum não apenas na sua propriedade, mas na região. “Isso nunca havia acontecido, em outros anos tínhamos ramas até para doar aos vizinhos. Neste ano, precisei procurar em outras localidades para o meu próprio plantio”, revela. Chama a atenção da agricultora, entretanto, que as outras culturas estão se desenvolvendo normalmente, apesar do clima. “Mesmo com a falta de chuva, o milho está indo bem, plantei cedo e até já vendi uma parte para os mercados”, salienta.
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