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Clima adverso prejudica as lavouras de tabaco na região

O excesso de umidade provocado pelas constantes chuvas das últimas semanas, aliado à falta de sol e às altas temperaturas, tem prejudicado o bom desenvolvimento do tabaco na região. Em muitas plantações onde já foi colhido o baixeiro, mais rente ao chão, as folhas já estão amarelando e até apodrecendo. Além disso, o clima adverso favoreceu o acúmulo de água nas lavouras, deixando as raízes das plantas submersas, e, com sol forte, algumas ficaram murchas.


O produtor Giovane Luiz Weber, que reside na localidade de Cerro Alegre Alto, interior de Santa Cruz do Sul, colheu no início desta semana as folhas baixeiras de 10 mil pés, dos 75 mil plantados. Segundo ele, diferente da safra anterior, a plantação está com dificuldade para se desenvolver devido às condições climáticas. Com isso, a projeção é de que possa haver quebra de até 10% na safra.

“Este ano fez muito frio, o que atrasa o crescimento da planta. Agora, o excesso de chuva prejudica a colheita e as folhas estão amadurecendo por baixo; como tem muita umidade, começa a apodrecer. Não adianta colher desse jeito porque na estufa ele perderá a qualidade e a cor”, frisa.

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Giovane Weber mostra folhas de tabaco prejudicadas pelo excesso de umidade


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Se a chuva persistir, as perdas das folhas baixeiras serão acentuadas. “Para se ter ideia, na quarta-feira, o acumulado de chuva foi de 95 milímetros aqui em casa, em apenas cinco horas, e tem previsão de vir mais chuva”, afirma.

O segundo secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Adriano da Cunha, cita que o clima neste ano foi atípico tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina e Paraná. Por enquanto, não deve trazer prejuízos significativos. “De acordo com o volume de chuva aqui no Estado, ainda há expectativa de que a safra seja normal, sem muito dano. Claro que com a previsão de La Niña e a incidência maior de chuva, podemos ter alguma quebra de produção, mas ainda é cedo para um prognostico”, salienta.

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Semana contabiliza 81 avisos de granizo

O granizo que atingiu o Vale do Rio Pardo entre a noite da última terça-feira e madrugada de quarta provocou estragos em várias lavouras de tabaco. Até o início da tarde de ontem, o Departamento Mutualista da Afubra registrou 81 avisos de lavouras. Os municípios mais atingidos foram Sinimbu, com 30, e Herveiras, com 27. Na sequência vieram Vera Cruz (7), Vale do Sol e Passo do Sobrado (6) e Santa Cruz do Sul (5). Uma equipe técnica da Afubra faz o levantamento de danos nas propriedades atingidas.

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E a previsão é de novo déficit hídrico em novembro

Pela previsão, novo déficit hídrico deverá ocorrer entre os meses de novembro e dezembro, com uma irregularidade da chuva que tende a se acentuar em algumas áreas. “A La Niña deverá influenciar em torno de 60% a 70% nesta safra. Isso trará sérios prejuízos pelo fato de muitas regiões precisarem de chuva para fazer a formação da ponteira e também para que o fertilizante atue por tempo suficiente no solo, para o desenvolvimento das plantas,” afirma Adriano da Cunha, da Afubra.

As projeções da safra 2020/21 em termos de volume e qualidade ainda estão sendo computadas pela entidade. A expectativa é de que os números sejam divulgados até o início de novembro.

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