Peço licença para narrar em primeira pessoa o texto que segue para poder descrever a sensação de ter voado pela primeira vez.
Na manhã dessa domingo, 5 de novembro, eu e outros colegas de imprensa da região tivemos a oportunidade de voar. Ainda em meio à neblina úmida, enquanto o sol se animava a raiar, nossos balões deixaram a terra firme do campo próximo ao Posto Sete, em Venâncio Aires. Às 6h23, já com as mãos trêmulas, confiro o horário em que o balão começa a subir. Na medida em que ganhava altura, meu medo (causado pela sensação de não ter nada abaixo dos meus pés) parecia me engessar. Já não sentia minhas pernas. Mais altura, mais neblina e, por fim, a visão majestosa acima das nuvens. Agora eu tinha um tapete branco abaixo dos meus pés e que parecia um algodão. Com toda aquela imensidão ao meu redor, o sol imponente diante dos meus olhos e o colorido dos demais balões, tecendo um horizonte colorido, comecei a me concentrar no que mais gosto de fazer: observar o que me cerca e comunicar isso às pessoas.
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Foi então que, mesmo trêmula, comecei a fotografar e fazer vídeos. Chegamos a 600 metros de altura e ficamos em voo por 40 minutos. Foram os 40 minutos mais surreais que já tive na vida. Uma experiência incrível, que me fez lembrar o quanto somos pequenos diante da imensidão da vida e que, sobretudo, me ensinou o quanto vale a pena arriscar mesmo com medo. Foi a realização de um dos meus tantos sonhos.
Agradeço a oportunidade de ter representado a Gazeta do Sul nesse voo, à amiga aventureira Michely Machado, que não me deixou desistir, e à equipe da Omega Balonismo por todo cuidado e profissionalismo.
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Já em terra firme, o piloto Murilo Hoffmann, que conduziu o meu voo, revelou que estávamos participando de uma competição chamada Caça à Raposa, na qual os pilotos devem alcançar uma marca colocada próxima ao lugar em que o balão oficial aterrissa. Também revelou que fomos os ganhadores dessa competição.
Nota – Com 22 anos dedicados ao balonismo, 12 deles como piloto, Murilo acumula, dentre diversos outros títulos, a marca de ter sido, ao longo de 33 anos de Festival de Balonismo em Torres, o sexto piloto a vencer a competição da chave (os pilotos precisam pegar, durante o voo, uma chave que fica pendurada em um mastro), considerada de extrema dificuldade. “O balonismo é minha vida. Hoje eu vivo disso, sou piloto e tenho uma empresa há 11 anos. Comecei porque Torres tem festival há 33 anos. Eu nasci no ano do festival. Então, eu via os balões passar por cima da minha casa e fiquei apaixonado por balão”, relatou.
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