O jogo de maior público do futebol brasileiro no ano terminou empatado por 1 a 1, neste domingo, e agora terá novos capítulos fora do campo. São Paulo e Corinthians deverão ser julgados no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa de fatos registrados dentro e fora do Morumbi.
As polêmicas do clássico começaram uma hora antes do seu início, quando o ônibus que levou a delegação do Corinthians ao Morumbi foi atacado por pedras e pedaços de madeira e teve o vidro trincado. O Corinthians terá de arcar com o prejuízo e o São Paulo pode ser denunciado no STJD. “É algo que lamentamos, que não gostaríamos de passar”, disse o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade.
Apesar de a confusão ter sido fora do estádio, o São Paulo pode ser responsabilizado, assim como já ocorreu com o Palmeiras neste Brasileirão, punido no STJD por conta de confrontos ocorridos antes e depois da partida contra o Sport nos arredores da Arena Pernambuco – sua torcida foi proibida de comparecer a sete jogos como visitante. “Houve entendimento da Comissão Disciplinar de que também nos arredores do estádio o clube seria responsável”, disse ao Estado o presidente do STJD, Ronaldo Piacente.
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O técnico Fábio Carille destacou que esse tipo de ataque é comum no Morumbi e lembrou de episódio envolvendo Ronaldo Fenômeno, que defendeu o Corinthians de 2009 a 2011, quando ele era auxiliar técnico. “A chegada aqui é sempre uma batalha. Mas eu gosto disso, acorda ainda mais o meu time. Lembro quando fizeram isso com o Ronaldo, ele, lá no fundo do ônibus, disse ‘eles são burros, acabaram de me acordar'”.
Com a bola rolando, nova polêmica: o volante corintiano Gabriel foi flagrado comemorando o gol de Clayson com um gesto obsceno, no qual levava as mãos à região genital. O jogador pediu desculpas depois do jogo e disse que não era sua intenção ofender os são-paulinos.
“Isso é comemoração do gol, estava no calor do jogo, acontecem muitas coisas, ofensas, mas isso é do futebol. A gente estava comemorando perto da torcida, o torcedor estava nos ofendendo, xingando, mas até peço desculpas. Se ofendi, não era a intenção”, disse.
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Apesar do pedido de desculpas, Gabriel será denunciado no STJD. “Já conversei com o procurador-geral (Felipe Bevilacqua), ele está ciente dos fatos e haverá denúncia por parte do tribunal”, disse o presidente do STJD.
O caso de Gabriel deverá ser enquadrado no artigo 258-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: “provocar o público durante a partida”. O jogador pode ser suspenso de duas a seis partidas.
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