Já está com o Poder Judiciário o inquérito que apurou as circunstâncias de um crime cometido em um dos principais redutos de lazer da comunidade e de turistas que visitam Santa Cruz do Sul. Chefiada pela titular da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), Ana Luisa Aita Pippi, a investigação confirmou o flagrante e concluiu que Fabiano Rodrigues Vargas, de 26 anos, matou a pauladas e com pancadas desferidas por um vaso de concreto Inácio Rogai de Mellos, de 54 anos, e João Carlos da Silva, apelidado de Sorriso, de 40.

Inácio morreu no anoitecer do dia do crime, 16 de junho. Ele foi socorrido, mas faleceu antes de dar entrada no Hospital Santa Cruz. Já Sorriso lutou pela vida por dez dias, mas também não resistiu e faleceu na madrugada do dia 26 de junho. Preso no dia do assassinato, Fabiano permanece recolhido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Entre os detalhes do inquérito ao qual a Gazeta do Sul teve acesso, consta a motivação que levou o autor a matar as vítimas.

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Tudo aconteceu no entardecer, em um dos pontos da praça ao lado da Rua Marechal Deodoro. Vítimas, acusado e a companheira deste à época estavam bebendo, encontro que já havia acontecido em outras oportunidades. Em determinado momento, Fabiano Vargas teria visto algo que o deixou transtornado. “Ele achou que a companheira estava se insinuando para o João Carlos e, sem pensar, iniciou as agressões. Deu diversos golpes com pedaços de pau na cabeça e no pescoço da vítima”, conta a delegada Ana Luisa.

Amigo de Sorriso, Inácio tentou defendê-lo, mas não conseguiu conter a fúria de Fabiano e acabou levando pauladas. Por fim, teve jogado contra a sua cabeça um vaso de concreto utilizado para o plantio de flores na praça. “O Inácio morreu ao tentar defender o amigo. Quando a guarnição da Brigada Militar chegou, ele ainda estava sendo agredido. Conseguiram prender o autor, cessar as agressões, mas infelizmente ele acabou morrendo na chegada ao hospital”, detalha.

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“Um patamar de agressividade enorme”

Fabiano Rodrigues Vargas vai responder por duplo homicídio qualificado, por tornar impossível a defesa das vítimas. Ouvido, ele confirmou a versão, alegando que estava alterado por ter ingerido bebida junto com medicamentos antidepressivos. “Já havíamos remetido o inquérito por conta dos prazos, mas como a segunda vítima faleceu depois, decidimos fazer um aditamento alterando o relatório. O autor confirmou os fatos e agiu sozinho. Um patamar de agressividade enorme”, explica a delegada.

Além do flagrante das agressões, vistas pelos policiais militares, o inquérito detalha provas colhidas na cena do crime e depoimento de testemunhas, incluindo a companheira do agressor e um casal de médicos que passava pela Praça Getúlio Vargas no momento do delito. Preso ainda naquela noite pela Brigada Militar, Fabiano foi conduzido até a delegacia, de onde fugiu no momento em que seria levado para o presídio.

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Após agredir um agente, ele correu algemado pela Rua Ernesto Alves, sendo contido apenas depois de ser alvejado na perna por um disparo efetuado por um policial civil. “Ele estava transtornado, confirmou isso na audiência, afirmando que naquela hora não queria ir para o presídio”, ressalta Ana Luisa. Por ter lesionado um policial, Fabiano responderá em outro procedimento que está sob investigação da 16ª Delegacia de Polícia Regional.

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