Miomas ou leiomiomas uterinos são os tumores pélvicos sólidos benignos mais frequentes em mulheres em idade reprodutiva. O mioma surge quando há um desenvolvimento anormal das células do tecido muscular do útero que leva à formação de massa sólida e recebe esse nome porque se desenvolve no miométrio, a camada média da parede uterina.
A retirada do útero é o único tratamento definitivo para o mioma. Porém, este tipo de cirurgia é usado como último recurso terapêutico do mioma. Além disso, não é uma opção para as mulheres que desejam engravidar.
Cirurgia pode preservar o útero
“Há medicamentos que são usados para impedir o crescimento ou reduzir o tamanho do mioma, porém, como causam efeitos colaterais, há restrição do tempo que podem ser utilizados. Além disso, o mioma pode voltar a crescer quando a medicação é suspensa. O uso de anticoncepcionais, por exemplo, também não é uma escolha para as mulheres que desejam ter filhos”, explica o cirurgião ginecológico, Dr. Edvaldo Cavalcante.
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Segundo o especialista, dependendo da sua localização no útero, os miomas podem ser responsáveis pela infertilidade. “Miomas na cavidade uterina (submucosos) podem dificultar a fixação do embrião (nidação), proporcionar abortamento, parto prematuro ou até mesmo obstrução das tubas uterinas. Mesmos os miomas na parede do útero (intramural), quando muito grandes ou muito numerosos podem distorcer a cavidade uterina e também dificultar o desenvolvimento da gestação”.
Para quem deseja ter filhos, a miomectomia é a cirurgia de escolha, pois preserva o útero e reestabelece a anatomia funcional uterina. “Temos que lembrar que o mioma é uma doença que nasce e cresce benigna e que é possível sim engravidar após a cirurgia. Cabe também ressaltar que nem todo mioma é cirúrgico. Em muitos dos casos orientamos a engravidar com os miomas e apenas acompanhamos a sua evolução durante a gestação”, finaliza Dr. Edvaldo.
Atualmente, a miomectomia pode ser realizada por meio de técnicas minimamente invasivas. Este tipo de cirurgia representa menos riscos, menor custo e recuperação mais rápida. Entre as técnicas minimamente invasivas usadas estão a videolaparoscopia, videohisteroscopia ou ainda a cirurgia robótica, indicada para os casos mais complexos.
Gravidez pós-miomectomia
“É importante ressaltar que nem todas as mulheres conseguirão engravidar depois da retirada dos miomas. Em geral, as taxas de gestação pós-cirurgia variam de 40% a 50%. Alguns fatores podem interferir na probabilidade de engravidar, como idade, duração e causas da infertilidade”, comenta o médico.
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Segundo um estudo publicado no Journal of Obstetrics and Gynaecology após uma miomectomia permite, 1 em cada 4 mulheres conseguem conceber, independente da técnica cirúrgica empregada.
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