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Cirurgia bariátrica: saiba quando é indicada

Uma ferramenta que facilita a mudança no estilo de vida. Assim é definida a cirurgia bariátrica pelo cirurgião Rafael Antoniazzi Abaid, especialista no assunto. O procedimento é o tratamento mais eficaz, segundo o médico, para a obesidade – doença que atinge pelo menos 41 milhões de brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2020, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, afinal, quando ela é recomendada?

Rafael Antoniazzi Abaid

O dr. Abaid indica um cálculo básico para determinar se o paciente é obeso, através do Índice de Massa Corporal (IMC). “Basta fazer uma conta simples: dividir seu peso pela altura e dividir esse resultado pela altura novamente. Se esse número for maior que 35, você é um candidato à cirurgia bariátrica”, explica. A partir deste primeiro critério são avaliados os demais fatores que podem indicar a cirurgia, como a presença de comorbidades.

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O primeiro passo caso o paciente esteja interessado na realização da cirurgia, no entanto, é buscar um cirurgião bariátrico. “É ele quem vai fazer a primeira avaliação e verificar se há indicação de cirurgia. Confirmada a indicação, é o cirurgião quem dá as primeiras orientações, solicita exames e faz os encaminhamentos necessários.”

O pré e o pós-operatório

Não há dúvidas de que os cuidados antes e depois da cirurgia são essenciais para o sucesso do procedimento e para que os objetivos do paciente sejam alcançados. No pré-operatório, há avaliação médica completa, com exames, além de acompanhamento psicológico e nutricional. “É recomendado iniciar as mudanças no estilo de vida antes mesmo da cirurgia”, comenta o médico.

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O procedimento em si pode ser realizado por laparoscopia ou com robótica. A recuperação, de acordo com o cirurgião, é rápida. A internação geralmente dura 24 horas e o paciente pode retomar o trabalho entre uma semana (quando trabalha em escritório) e 15 dias (para trabalhos que exigem mais esforço físico).

No processo, os pacientes passam por dieta líquida, progredindo até o retorno aos alimentos sólidos. Tudo é acompanhado de perto. “No pós-operatório, acontecem consultas de acompanhamento regulares com a equipe médica, incluindo cirurgião, nutricionista e psicólogo, para monitorar recuperação, perda de peso, ajustes alimentares e saúde em geral”, pontua.

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Os maiores aliados são a alimentação saudável e a atividade física, fundamentais para o sucesso do procedimento. Além disso, a equipe médica deve indicar reposições necessárias de vitaminas e minerais (polivitamínicos) e de proteína. “Cirurgia bariátrica não é uma solução mágica e requer um compromisso com mudanças no estilo de vida.”

Técnicas

A partir da indicação médica, avaliando cada paciente, é escolhido o método de realização da cirurgia. “Embora cada técnica tenha suas características, elas objetivam o mesmo: a melhora do funcionamento metabólico da pessoa que quer controlar sua doença, a obesidade”, explica o especialista. Os dois procedimentos mais realizados foram detalhados pelo cirurgião bariátrico Rafael Antoniazzi Abaid.

  • Bypass gástrico em Y de Roux: este é um procedimento em duas etapas. Na primeira etapa, o cirurgião cria uma pequena bolsa gástrica na entrada do estômago, separando-a do restante do órgão. Em seguida, uma parte do intestino delgado é conectada à bolsa gástrica, desviando a passagem do alimento.

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  • Gastrectomia vertical (também conhecida como Sleeve gástrico): nesse procedimento, uma grande parte do estômago é removida, deixando um estômago em formato de tubo ou “sleeve”. A capacidade do estômago é significativamente reduzida, o que leva a uma sensação de saciedade precoce após a ingestão de uma pequena quantidade de comida. A gastrectomia vertical também afeta os hormônios relacionados à fome e à saciedade, o que pode ajudar no controle do apetite.

O psicológico

Desde o início do processo até o pós-operatório, o acompanhamento psicológico é indispensável. “A obesidade pode afetar negativamente a saúde mental e emocional. O tratamento pode ter impacto psicológico positivo, aliviando ansiedade e depressão e melhorando autoconfiança”, explica. “No entanto, é importante ressaltar que a saúde mental deve ser abordada antes e depois da cirurgia para garantir suporte adequado.”

Segundo o especialista, não há o que temer. “A recuperação costuma ser bastante tranquila e rápida. Alguns se preocupam com a dieta líquida no pós-operatório, mas, com a fome controlada, não é difícil manter a dieta”, comenta. “Pacientes bem preparados, bem informados, sabem como será o processo e não costumam ter medo.”

Comorbidades relacionadas

São levados em conta, na decisão sobre a realização da cirurgia, os problemas de saúde relacionados ou causados pela obesidade. Hipertensão arterial sistêmica (HAS), esteatose hepática (gordura no fígado), diabetes, asma, doença de refluxo gastroesofágico, síndrome de ovários policísticos e dislipidemia (colesterol ou triglicerídeos elevados) são alguns citados pelo cirurgião.

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“Esses problemas são causados, ou agravados pela obesidade e costumas melhorar logo após a cirurgia bariátrica. Os medicamentos utilizados rotineiramente antes da cirurgia podem ser reduzidos, ou até mesmo retirados”, comenta.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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