As famílias do interior guardam muitas histórias das dificuldades que enfrentavam na área da saúde. Os médicos vinham de longe, a cavalo, para visitar as comunidades. Só na cidade havia hospitais e farmácias. Os doentes eram levados de carroça.
O distrito de Trombudo, que pertencia a Santa Cruz do Sul e hoje é o município de Vale do Sol, ficava longe da sede. Em 1936, lá chegou o primeiro médico e a localidade passou a receber doentes de vários lugares. Como não havia hospital, ficavam “internados” no hotel de Augusto Emmel, causando desconforto aos outros hóspedes.
Emmel construiu um hospital em 1937 e Trombudo virou referência, pois tinha médico, farmácia e hospital. Em 1949, ele vendeu a instituição para a Sociedade Beneficente Trombudo.
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Em 1937, a vila ainda não possuía luz elétrica. Por isso, a sala de cirurgia foi construída em ângulo e com três janelas. Isso assegurava que sempre houvesse luz natural para as operações.
Precavidos, os antigos médicos marcavam as cirurgias para o turno da manhã ou na primeira hora da tarde. Assim, evitavam a noite sem luz.
O detalhe curioso da sala era a janelinha que permitia aos familiares observarem o andamento da cirurgia. Ela tinha um tampo de madeira e quem esperava no corredor, a cada instante, dava uma espiadinha.
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O livro Nossa terra, nossa história, de Ireno Finkler, tem relatos de pessoas que abriram a janelinha e passaram mal ao ver o médico operando ou amputando um membro do familiar. Quem desmaiava recebia atendimento.
Hoje, o hospital tem uma moderna sala de cirurgia. A velha foi desativada e a curiosa janelinha não existe mais.
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