A saúde dos humanos interdepende de um ambiente saudável. O conceito dimensionado como “Saúde Única” congrega o conhecimento, em construção, da saúde ambiental. A emergência climática, o desmatamento acelerado, a vulnerabilização da flora e da fauna, a fragilização dos ecossistemas, as migrações populacionais e o acometimento da pandemia em curso têm alavancado a necessidade de integração dos esforços públicos e privados sob a perspectiva da saúde integral.
Se em âmbito geral nos inserimos no contexto de “um Planeta, uma Saúde”, ou do “Universo Saudável”, em cenário proximal coexistimos em sistemas regionais e locais, como o Cinturão Verde de Santa Cruz do Sul, a Bacia do Rio Pardo/Pardinho, do Taquari e outros ecossistemas. Por evidente, precisamos considerar que o próprio território definido pela poligonal do Cinturão Verde ou da bacia hidrográfica não se limita a si mesmo, mas interage com seu entorno e por este é influenciado. Não há como desconhecer a sinergia planetária, como não se pode dissociá-la da interação ambientada no espaço/tempo em trajetória de ocorrência local e regional.
Sob o cenário expandido, ao tempo que territorializado concretamente, podemos apurar os sentidos para um chamamento: conhecer melhor um ecossistema que nos conclame para um conhecimento dinâmico e transformador. À medida que compreendermos melhor as relações entre a constituição rochosa, fauna, flora, águas e suas relações sócio-históricas, passaremos a nos reorientar saudável e pedagogicamente. Compreensão ativa que urge com o desequilíbrio climático em marcha.
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Assim, dispostos a contribuir para o conhecimento transformador, pretendemos discorrer sobre o Cinturão Verde nas seguintes colunas, gentilmente ofertadas pela Gazeta do Sul. Desnecessário dizer, todavia oportuno se faz, que não pretendemos nos posicionar como “donos da verdade”, mas enquanto solidários preservacionistas do Cinturão Verde. Já não nos cabe assistir distanciados ao que vem ocorrendo com esta área da qual todos usufruímos em significativa medida. Não é desconhecida sua importância na absorção de poeiras e ruídos e sua positiva regulação microclimática. Sabemos de sua magnitude enquanto reserva genética, de abrigamento da fauna e da flora e de orientação de fluxos de água. Como não se maravilhar com sua beleza cênica? Do Cinturão emana a sensação indisfarçável de harmonia, paz e bem-estar. Do terreno, inserido no contexto da cidade, em desenho sinuoso de contorno leste, se estendendo de sul a norte, atua um sensível e frágil controle geotécnico, nos amparando contra erosões e deslizamentos. Nunca nos esqueçamos que o Cinturão Verde se encontra nas bordas da formação Serra Geral, com o que oportuniza-se que comecemos, daqui a duas semanas, a discorrer sobre os cenários geo-históricos do Cinturão Verde de Santa Cruz do Sul.
Isso posto, esperando encontrá-los com saúde, convido-vos para nosso próximo encontro, até porque o MULTIFACIAL PROTETOR CINTURÃO É VERDE CLIMÁTICO.
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