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Cultura

Cinemas de Santa Cruz apresentam ‘As golpistas’

Hustlers – ou As Golpistas, como foi traduzido no Brasil – é a única novidade nas salas de cinema de Santa Cruz do Sul esta semana. O filme tem direção de Lorene Scafaria e um elenco de belas garotas, como Jennifer Lopez, Constance Wu e Julia Stiles. No mais, permanecem em cartaz Os Parças 2, Ford Vs Ferrari, Uma Segunda Chance para Amar, Malévola 2 – Dona do Mal e A Família Addams. Ou seja, uma programação bastante eclética, para todos os gostos e idades.

As Golpistas é inspirado na história verídica de um grupo de strippers que se aliam para se vingar de clientes ricos. Após a crise financeira que abalou Wall Street em 2008, e que se refletiu no declínio da clientela, Destiny (interpretada por Constance Wu) liga-se a Ramona (Jennifer Lopez) para “caçar” homens em restaurantes e dopá-los, com a intenção de se apropriar dos seus cartões. A história, supostamente real, desenrola-se em flashbacks, enquanto é narrada por Constance para uma jornalista (Julia Stiles).

O filme tem sido comparado às produções de gângsteres de Martin Scorsese, principalmente a mais recente, O Irlandês, em função do estilo adotado na direção – scorseseano, em muitos momentos. Mas isso, segundo a crítica especializada, não o deixa com um aspecto derivativo. Scafaria é bem habilidosa ao assumir essa filiação de estilo onde muitos outros falharam (Joe Carnahan em A Última Cartada e David O’Russell em Trapaça, por exemplo) e joga com a ideia de que as dançarinas respondem de seu modo a um mundo dominado pela objetificação da mulher e pela dominação do homem por meio do dinheiro. Grana conquistada, muitas vezes, às custas da miséria dos mortais que não participam das farras do mercado financeiro.

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Destiny e Ramona são as principais, mas também são importantes as outras duas que completam o quarteto que aparece com destaque no cartaz do filme: Annabelle (Lili Reinhart) e Mercedes (Keke Palmer). Elas contam com a cumplicidade de uma anfitriã chamada de Mãe (Mercedes Ruehl, que demoramos para reconhecer). Entre as quatro, temos não só a questão da representatividade, mas também uma ideia sedutora para mentes masculinas – quatro mulheres diferentes: a loira, a negra, a latina e a oriental. E quem já viu conta que os homens caem como patos no poder de sedução dessas golpistas, que se apropriam de parte do dinheiro acumulado por eles em transações milionárias e se vingam, assim, dessa gente inescrupulosa do mercado.

De Scorsese são herdadas questões de estilo como: câmeras se movimentando ligeiras pelos cenários, construção em planos-sequência, narração de uma personagem, alternância entre os tempos da narrativa, montagem que une duas situações diferentes num único plano, uso de câmera lenta com boa seleção musical – e nesse sentido, a sequência com Next, cantada por Scott Walker, ficou muito legal. Uma boa herança, enfim.

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